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quarta-feira, 27 de janeiro de 2016

Piratas gaúchos

O veleiro alemão Palmerola estatelou-se sexta-feira contra o molhe Leste de São José do Norte. Era tripulado pelo casal Dieter Pahl, de 63 anos, e Karin Brinkmann, de 58. Karin foi atingida e teve fratura exposta de perna. A muito custo, Dieter encontrou dois pescadores, levando-os até a mulher, que foi socorrida. Viu então o veleiro: tinha sido saqueado. Saqueado. Esse, há séculos, o destino dos barcos que naufragavam em nosso litoral. O mais célebre foi o mercante inglês Prince of Walles, que, em janeiro de 1861, deu nas costas do Albardão. Enquanto seus tripulantes buscavam socorro, foi completamente depenado. O embaixador da Grã-Bretanha na corte do Rio de Janeiro botou a boca no trombone, acusando-nos de ladrões e piratas e, em represália, mandou apresar mercantes brasileiros. Honra nacional ferida e rompimento de relações.
O caso passou à história como “A questão Christie” e somente terminou em 1865, depois de termos pago pesada indenização.

Fonte: Flávio Alcaraz Gomes, Correio do Povo, página 4 de 15 de dezembro de 2004.


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