O
veleiro alemão Palmerola estatelou-se sexta-feira contra o molhe
Leste de São José do Norte. Era tripulado pelo casal Dieter Pahl,
de 63 anos, e Karin Brinkmann, de 58. Karin foi atingida e teve
fratura exposta de perna. A muito custo, Dieter encontrou dois
pescadores, levando-os até a mulher, que foi socorrida. Viu então o
veleiro: tinha sido saqueado. Saqueado. Esse, há séculos, o destino
dos barcos que naufragavam em nosso litoral. O mais célebre foi o
mercante inglês Prince of Walles, que, em janeiro de 1861, deu nas
costas do Albardão. Enquanto seus tripulantes buscavam socorro, foi
completamente depenado. O embaixador da Grã-Bretanha na corte do Rio
de Janeiro botou a boca no trombone, acusando-nos de ladrões e
piratas e, em represália, mandou apresar mercantes brasileiros.
Honra nacional ferida e rompimento de relações.
O caso passou à história como “A
questão Christie” e somente terminou em 1865, depois de termos
pago pesada indenização.
Fonte: Flávio Alcaraz Gomes, Correio
do Povo, página 4 de 15 de dezembro de 2004.
Nenhum comentário:
Postar um comentário