Paralelamente
ao início do último trimestre de 2015, começa também o prazo para
que o Mercosul e a União Europeia realizem a troca de ofertas
visando ao estabelecimento do livre comércio entre os dois blocos. O
período que medeia entre outubro e dezembro deverá servir para a
apresentação mútua de listas de produtos com possibilidade de
circulação com tarifa zero. Na semana passada, representantes das
duas articulações se reuniram no Paraguai para firmar detalhes da
negociação.
Não é de hoje que ambos os blocos
tentam acordo, com tratativas que remontam aos anos 90. Em 2004,
houve uma nova tentativa, igualmente frustrada. Em 2010, as
negociações foram reiniciadas, mas a troca de ofertas, prevista
para 2013, não se concretizou. A divergência está no percentual
das desonerações.
O novo calendário, se cumprido, pode
significar um novo patamar para os países do Mercosul. Numa economia
globalizada, mesmo num período em que os mercados locais como o do
Brasil, estão estagnados, pode ajudar na fixação de metas que
apontem para uma produção com níveis globais de competitividade.
Essa possibilidade de integração
economia carrega consigo o alijamento das empresas que não investem
em tecnologia e em inovação. Para sobreviver, os empreendedores
terão de agregar valor aos seus bens e serviços, o que pode ser
benéfico por propiciar aos membros do bloco a oportunidade de
produzirem com níveis de maior excelência. A questão cambial exige
um reordenamento para que a economia regional não fique tão
dependente de insumos externos e possa gerar sua oferta com mais
autonomia.
Fonte: Correio do Povo, página 2,
editorial da edição de 6 de outubro de 2015.
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