Trinta e nove pessoas procuraram os hospitais no município do Guarujá, na Baixada Santista nesta quinta-feira (14), com irritação nos olhos e problemas respiratórios, por causa da fumaça tóxica que atinge a cidade devido ao vazamento de gás em um terminal de cargas do Porto de Santos. A orientação da prefeitura é que as pessoas que moram em um raio de até 100 metros do local deixem suas casas.
Por volta das 15h15, um incêndio tomou conta do terminal da Localfrio, que fica na margem esquerda do porto. Segundo a empresa, o fogo surgiu a partir de reação química da água da chuva com o produto ácido dicloroisocianúrico, que entrou em combustão, propagando-se e atingindo outros contêineres.
A técnica em enfermagem Ana Lúcia Machado, de 52 anos, ficou presa em um congestionamento próximo ao local da fumaça durante cerca de duas horas. “Ficamos muito nervosos. Tinha recém-nascido no ônibus, pessoas em cadeira de rodas. Coloquei um lenço na boca e só soltei quando cheguei em casa”, contou Ana Lúcia, que disse ainda sentir ardência nos olhos e na garganta.
A Companhia Docas do Estado de São Paulo (Codesp) informou que as manobras de entrada e saída de navios para o terminal de contêineres da Santos Brasil foram suspensas pela Capitania dos Portos de São Paulo. A companhia destacou que a medida é preventiva e que a atividade será retomada quando a situação se normalizar. Os demais terminais do Porto de Santos operam normalmente.
De acordo com Rogério Machado, professor de Química e Meio Ambiente da Universidade Presbiteriana Mackenzie, o ácido dicloroisocianúrico é usado para tratamento de água. Para Machado, a combustão pelo contato com a água foi um “erro grosseiro”, pois o produto deveria estar absolutamente protegido do líquido em grandes quantidades. Ele não descartou, entretanto, que possa haver algum outro produto químico de alta combustão envolvido. "É uma incógnita, por enquanto", afirmou.
Machado explicou que o ácido dicloroisocianúrico é armazenado em estado sólido. O professor esclareceu que o produto, assim como qualquer outro à base de cloro, causa queimadura nas vias respiratórias e ataca olhos e pele. Ele aponta que o maior perigo para o ser humano é a intoxicação pelo gás e, caso seja inalado em grande quantidade, pode até mesmo matar.
Ebola: Serra Leoa investiga morte após OMS ter anunciado fim da epidemia
Da Agência Lusa
O governo de Serra Leoa investiga a morte de uma mulher após um primeiro teste positivo de ebola nessa quinta-feira (14), poucas horas depois de a Organização Mundial da Saúde (OMS) ter declarado o fim da epidemia na África Ocidental.
A estudante morreu pouco depois de ter sido levada doente para a cidade de Bamoi Luma, perto da fronteira com a Guiné, no Norte do país. O teste inicial deu positivo para o vírus, informou fonte do Ministério da Saúde da Serra Leoa à agência de notícias France Presse.
Saiba Mais
“Os resultados completos vão ser divulgados nesta sexta-feira”, disse ainda a fonte, acrescentando que estão sendo feitas análises complementares.
“Uma equipe de alto nível de funcionários do Ministério da Saúde, parceiros da OMS e do Centro de Controlo de Doenças, com sede em Atlanta (EUA), estão na capital para fazer investigações intensas”, disse o porta-voz do governo Abdulai Bayrayta.
A OMS anunciou ontem oficialmente o fim da epidemia de ebola na África Ocidental, após ter terminado o período de transmissão da doença na Libéria.
Iniciada em dezembro de 2013 na Guiné-Conacri, a epidemia propagou-se depois aos vizinhos Libéria e Serra Leoa, três países que concentraram 99% dos casos, bem como à Nigéria e ao Mali.
Em dois anos, o vírus, identificado pela primeira vez há quatro décadas, chegou, importado, à Espanha e aos Estados Unidos, tendo afetado 28.637 pessoas, das quais 11.315 morreram.
Passe Livre encerra manifestação na Avenida Paulista contra aumento de tarifas
Bruno Bocchini - Repórter da Agência Brasil
O Movimento Passe Livre (MPL) encerrou na Avenida Paulista, por volta das 20h30, um dos dois atos realizados pelo movimento hoje (14) contra o aumento das tarifas do transporte coletivo público na capital paulista.
A passeata teve início no Theatro Municipal, passou pela prefeitura municipal, no Anhangabaú, Secretaria de Segurança Pública, no Largo São Francisco, e subiu a Avenida Brigadeiro Luís Antônio, até a Avenida Paulista, onde a caminhada se encerrou no vão livre do Museu de Arte de São Paulo (Masp).
De acordo com a polícia, quando a passeata subia a Brigadeiro Luís Antonio uma bomba de um manifestante explodiu, ferindo o ativista. Ele foi socorrido por outros manifestantes. Ainda não há informações sobre seu estado de saúde.
Saiba Mais
- Passe Livre inicia protestos contra aumento de tarifas em São Paulo
- Passe Livre não participa de reunião, mas divulga trajetos de protestos em SP
Em todo o percurso, houve forte presença da polícia, que manteve a tática de “envelopar” a passeata, ou seja, cercar com cordões de policiais as laterais e a retaguarda dos manifestantes.
Hoje, diferentemente das passeatas anteriores do MPL, a polícia fez um cordão também à frente dos ativistas. Por diversas vezes, os manifestantes entoaram coros pedindo o fim da Polícia Militar e das tarifas nos transportes públicos.
Após o término do ato, a estação Trianon do Metrô, na Avenida Paulista, foi fechada, forçando os manifestantes a se dirigirem em massa para a estação Consolação. A entrada da estação ficou sobrecarregada e vidros do acesso as escadas rolantes foram quebrados. A polícia atirou bombas de gás lacrimogênio para dispersar as pessoas.
Há registro de ao menos um ferido, atendido pelo Grupo de Apoio ao Protesto Popular. A polícia não informou se houve detidos.
Nenhum comentário:
Postar um comentário