domingo, 24 de janeiro de 2016

Deputados gastam 10 vezes mais combustível do que a Brigada

Deputados estaduais são investigados por Polícia Civil, Ministério Público e Tribunal de Contas do Estado sobre o uso indevido de dinheiro destinado ao abastecimento de veículos. A média de gastos dos parlamentares por automóvel chega a quase 10 vezes mais que a despesa de uma viatura da Brigada Militar, segundo reportagem de Giovani Grizotti, da RBS TV. Novas suspeitas de irregularidades no uso desses recursos, chamados de verbas indenizatórias, surgiram após as denúncias contra o deputado Diógenes Basegio (PDT).
Ele é suspeito de exigir parte do salário de funcionários do gabinete e de fraudar os valores de gastos com diárias e combustível.
Em 2014, os deputados estaduais gaúchos gastaram quase R$ 4,5 milhões em transporte. O valor inclui cartão de combustível para abastecimento nos postos e indenização pelo uso do carro particular, de R$ 0,86 por km rodado.
Cada gabinete pode cadastrar até três veículos para receber os recursos. No total, os 55 gabinetes possuem 129 carros cadastrados, o que dá uma média de R$ 35 mil por automóvel. O valor é quase 10 vezes a despesa média por uma viatura da Brigada Militar, cujo gasto é de R$ 3,7 mil.
  • Como na Assembleia a maioria dos parlamentares é do Interior, tem a questão das estradas ainda sem asfalto. Não vejo por aí, acho que a média tinha de ser mais fiscalizada ou medida levando em conta as estradas e como andam. Não é só dentro das cidades, como é o caso da Brigada – argumenta o presidente do Legislativo, Edson Brum (PMDB).
Em um ano, o gasto total dos carros cadastrados pelos deputados se equipara a 11 meses de consumo de todas as quase 2 mil viaturas da Polícia Civil.
Em reportagem exibida no Fantástico, Neuromar Gatto, ex-chefe de gabinete do deputado Basegio, denunciou desvios nas verbas de combustíveis mostrando que levava carros do gabinete para aumentar a quilometragem do medidor. O parlamentar nega as acusações.


Fonte: zero Hora, página 21 de 13 de junho de 2015.

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