sexta-feira, 22 de janeiro de 2016

ASSALTOS NO CENTRO DO RIO!

(Cel-PM-R-L) 1. Gostaria de levar aos amigos minhas impressões sobre o que vem acontecendo no Centro da nossa Cidade e que tem sido muito explorado pela mídia. Temos visto na TV uma série de reportagens sobre ação de Quadrilhas de Pivetes, comandados por maiores de idade, que vêm agindo no Centro da Cidade, praticando uma modalidade criminosa (furto/roubo ao transeunte) que muito afeta ao Cidadão, causando grande sensação de insegurança na população.
           
2. Parece-me, e isto é apenas a observação de um Oficial Reformado, que houve uma pasteurização das ações policiais, visando, principalmente o Narcotráfico, o que a meu ver não deveria ser a visão do Comando do 5 BPM. As características do Centro da Cidade são completamente diferentes das características das demais áreas de atuação dos nossos diversos Batalhões.
         
3. O nosso Centro da Cidade conjuga diversas atividades que fazem com que a afluência de pessoas a este espaço seja muito grande, além de diversificada, pois ademais de área comercial e financeira, temos um grande afluxo de turistas que para ali se deslocam em busca de um turismo cultural sobre a formação da Cidade do Rio de Janeiro, que recebeu a família Real Portuguesa, no início do Século XIX, etc. Ali se concentram, além de Bancos, Casas Comerciais e outras Empresas, uma série de Equipamentos Culturais, tais como Museus, Espaços Públicos, Conventos, enfim, uma série de Equipamentos que mostram o desenvolvimento da nossa Cidade, e artes plásticas, fazendo com que mais de 70% dessas pessoas se desloquem a pé, para conhecer tais pontos.
         
4. No meu Ponto de Vista, o tipo de policiamento empregado deveria ser, prioritariamente a pé, com a colocação de Viaturas em alguns Pontos Estratégicos para o rápido Apoio Tático, quando necessário, à tropa destendida no terreno. O que vemos hoje é um grande número de Viaturas se deslocando o tempo todo e, sabemos, por experiência que, de dentro de uma Viatura, nosso poder de observação diminui em relação a quando patrulhamos a pé.
         
5. Se quisermos copiar algo, poderíamos colocar nas principais Avenidas do Centro, onde o fluxo de pessoas é muito grande, aquelas Cabinas de Observação que existem em São Paulo (Av Paulista e outros logradouros de grande movimento), onde o Policial, munido de rádio transmissor, fica num nível mais elevado que os pedestres que se deslocam pela via, observando e informando ao efetivo que patrulha aquela via a pé, sobre situações suspeitas que venham a acontecer no local.
         
6. Note-se que isto não são Cabinas de Policiamento, onde o Policial fica imobilizado, tomando conta da Cabina ou no seu interior lendo jornais, completamente alheio ao que acontece fora dela. Este tipo de Cabina de Observação, pode ficar descoberta a qualquer momento e em qualquer horário, pois em seu interior não tem qualquer tipo de Equipamento que se tenha que tomar conta, nem mesmo um banco para o Policial sentar.
         
7. Hoje a Viatura passou a ter uma relevância no Policiamento que, falar em Policiar é falar em adquirir mais Viaturas e mais Equipamentos. Na crise que hoje o Estado enfrenta, e a PMERJ deve ser também afetada por ela, este procedimento de colocar o Policial a pé, além de mais eficaz é também, mais econômico, pois diminui o gasto com Viaturas, manutenção, gasolina e mais gastos.
             
8. Outra atitude que considero fundamental é o entrosamento com os Delegados responsáveis pelas Delegacias de Centro da Cidade, visando uma ação conjunta da P/2 do Batalhão com os Investigadores da Policia Civil, levantando local de reunião desses Meliantes; quem são os Adultos que os protegem e orientam? Onde é dividido o produto do furto? etc. Tudo isto acompanhado de uma forte divulgação das ações na Mídia. Caso contrário, vamos a cada troca de Comando, oferecendo excelentes Oficiais em holocausto, vendo a Imprensa desqualificando-os, diariamente.

Ex-Blog do Cesar Maia

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