terça-feira, 26 de janeiro de 2016

Aos 155 anos, poupança vive ′crise′ e perde aplicações

Caderneta foi criada em 1861, durante o reinado de Dom Pedro II.
Rendimento baixo e endividamento da população ′esvaziam′ aplicação.

A caderneta de poupança completa este mês 155 anos de existência – ela foi criada pouco depois da Caixa Econômica Federal, em 1861, na época do imperador Dom Pedro II. O objetivo era receber "as pequenas economias das classes menos abastadas", e assegurar "sob garantia do Governo Imperial, a fiel restituição do que pertencer a cada contribuinte, quando este o reclamar".
Desde então, se tornou a aplicação mais tradicional do país: no final de 2015, os brasileiros tinham R$ 656 bilhões investidos na caderneta – para comparação, se os poupadores juntassem esse dinheiro, chegariam perto de comprar as quatro maiores empresas do país com ações em bolsa: Ambev, Itaú, Bradesco e Petrobras (ao final de 2015, elas valiam, juntas, R$ 640 bilhões).
O sucesso da caderneta é resultado de uma série de fatores: considerada um investimento seguro, ela tem rendimento garantido, é isenta de imposto de renda e fácil de investir – não há limite de valor para a aplicação nem prazo para resgate, e a burocracia é a mesma de uma abertura de conta em banco.
Essa popularidade, no entanto, tomou um tombo em 2015: de janeiro a dezembro os brasileiros tiraram R$ 53 bilhões desse investimento. É o pior resultado para um ano da série histórica do Banco Central, que começa em 1995.
Segurança
Segundo a Caixa Econômica Federal, a poupança foi inicialmente concebida como uma "reserva monetária para as camadas mais pobres da população", um pé-de-meia que serviria de socorro nos momentos mais difíceis, inclusive como uma garantia para a velhice.
Com a garantia do poder público, a poupança foi considerada um investimento seguro, garantido. Hoje, os depósitos na caderneta têm garantia até R$ 250 mil, pelo Fundo Garantidor de Crédito (FGC) – se o banco tiver dificuldades ou quebrar, esse fundo (formado por recursos dos próprios bancos) é responsável por ressarcir o poupador.
Escravos e mulheres casadas
A partir de 1871, foi aberta a possibilidade de os escravos fazerem depósitos na caderneta, com dinheiro de doações, legados, heranças, ou de algum trabalho. Os escravos recebiam uma caderneta de controle de depósitos e retiradas, segundo a Caixa. "A única diferença é que na caderneta deles constava o nome do seu senhor, uma vez que era necessária a autorização deste para que a conta do escravo fosse aberta", afirma a instituição.
Já as mulheres casadas só puderam investir na caderneta mais tarde, em 1915 – desde que não houvesse oposição do marido.
Rendimento
Em seu início, a poupança já garantia aos brasileiros um rendimento de 6% ao ano. A regra foi alterada várias vezes, mas, desde então, quem aplicou na caderneta viu o dinheiro render pelo menos isso em quase todo o tempo – a exceção foi um período de pouco mais de um ano, entre 2012 e 2013.
Mas essa redução no rendimento pode voltar a acontecer: ela foi resultado de uma alteração nas regras da poupança feita no início de maio de 2012.
Até então, o rendimento era fixado em 0,5% ao mês (6,17% ao ano), mais a variação da TR. A partir da mudança, esse rendimento passou a valer apenas quando a taxa Selic – a taxa básica de juros do Banco Central – fosse superior a 8,5%. Abaixo disso, o rendimento equivale a 70% da Selic + TR.
O objetivo da mudança é evitar que, em períodos de juros baixos, os investidores "inundem" a poupança – já que o rendimento da caderneta era fixo, se tornando mais atraente que outras aplicações. Desde agosto de 2013, no entanto, a Selic vem acima do patamar de 8,5%, garantindo aos poupadores o rendimento de 6,17% + TR.
Por que então os brasileiros estão deixando a caderneta?

Há dois motivos principais para a saída da poupança.
O primeiro é o rendimento: o dinheiro aplicado na caderneta, na prática, está perdendo valor. Em 2015, o rendimento foi de 8,15%, enquanto a inflação do mesmo período deve ficar na casa dos 10% (o dado oficial será divulgado nesta sexta-feira).
Com a alta da Selic – atualmente em 14,25% – cresce a remuneração de investimentos como fundos de renda fixa e tesouro direto. Quem tem dinheiro para investir, então, vai buscar um retorno maior e deixa a caderneta.
Levantamento da Associação Nacional dos Executivos de Finanças (Anefac) feito no final de novembro, por exemplo, mostra que o retorno os fundos de renda fixa ganhava da poupança na maioria das situações – só ficam menos atraentes que a caderneta caso a taxa de administração passe dos 2,5% ao ano, em investimentos de menos de um ano, e de 3% ao ano para investimentos de prazo mais longo.
Já o segundo está ligado diretamente à crise econômica: os brasileiros estão com menos dinheiro para investir. Isso é resultado da alta da inflação, que eleva o custo de vida; do aumento do desemprego (que em novembro chegou a 7,5%); e da queda dos rendimentos dos trabalhadores (em novembro, o recuo foi de 8,8% na comparação com o mesmo mês de 2014).
Além disso, o endividamento continua alto e a inadimplência cresceu: em novembro, chegou a 5,8%, segundo o BC. Isso incentiva os poupadores a sacarem o dinheiro da caderneta para pagar as contas.
Para onde vai o dinheiro da poupança?
Por lei, os bancos precisam destinar para o financiamento imobiliário 70% de tudo o que é investido na caderneta. Isso garante que os bancos podem financiar a compra da casa própria a juros mais modestos que os dos empréstimos pessoais, por exemplo – e a "fuga" da poupança pode tornar esses financiamentos mais caros.
Mas a mesma regra é uma preocupação caso os brasileiros recorram em massa à caderneta, já que o dinheiro fica impedido de ser usado para outros fins, como financiamento de empresas.
Fonte: G1 - 22/01/2016 e Endividado

 

Novo Hamburgo (RS): projeto levanta índices de violência em escolas

A pesquisa será parte da criação do Observatório da Segurança Cidadã de Novo Hamburgo

O município de Novo Hamburgo está fazendo o levantamento dos índices de violência em instituições de ensino. O trabalho é desenvolvido a partir do Registro Online de Violência na Escola (Rove) e integra o projeto de criação do Observatório da Segurança Pública Cidadã de Novo Hamburgo. Nesta primeira fase, a pesquisa ocorre em duas escolas municipais, a Arnaldo Grinn, no bairro Santo Afonso, e a Francisco Xavier Kunst, no Canudos, e busca verificar as ocorrências envolvendo casos de violência na comunidade escolar.

Estão sendo observados todos os tipos de criminalidade, seja interna ou externa, na área do colégio. Por meio do Rove, será criado um sistema on-line alocado no site da prefeitura com preenchimento de situações violentas nas instituições de ensino, gerando dados e informações que subsidiarão projetos de intenção das secretarias Educação e Segurança, com o apoio da Guarda Municipal.

Conforme o diretor da Guarda, Marcos dos Santos, o levantamento das ocorrências fornecerá dados precisos para ações mais eficazes das forças policiais. “A dimensão do trabalho está centrada nos dados e estatísticas para a construção de políticas públicas”, acredita. Para a coordenadora da Unidade de Gestão de Projetos, Rosaura Giordano, essa é uma pequena parte do Programa de Desenvolvimento Municipal Integrado, que se preocupa com várias áreas e leva em consideração a qualidade de vida da população.

“O investimento está dentro do programa, com financiamento junto ao Banco Interamericano de Desenvolvimento, que já está desenvolvendo importantes obras de desenvolvimento social, readequação e reurbanização, e que também pensa a prevenção à violência.” Atualmente, os registros mais frequentes no ambiente escolar correspondem a brigas e ameaças entre os estudantes, bem como o furto de itens, no horário de entrada ou saída dos alunos.

A secretária municipal de Educação, Cristiane Sousa Costa, aponta que o trabalho preventivo vem ao encontro das dinâmicas realizadas em salas de aula. “Com os elementos que serão fornecidos pelo mapeamento será possível pensar em ainda mais ações visando ao bem-estar dos estudantes”, salienta. Ela diz que o município já vem trabalhando na área da prevenção à violência a partir de ações e espaços públicos que incentivam práticas culturais e esportivas como a Praça da Juventude no bairro Santo Afonso, e a Praça do Ceu, no bairro Boa Saúde.

Fonte: Correio do Povo, página 9 de 25 de outubro de 2015.

 

 

Novo Hamburgo (RS): segurança ganha reforço

Novo Hamburgo recebe desde o final de semana uma força-tarefa da Brigada Militar, com o reforço de 31 policiais de Canoas e Gravataí. A ação, que deve coibir o aumento da criminalidade no município, deve ocorrer até o final de outubro.

Em entrevista coletiva concedida ontem no município, após reunião com a prefeitura e forças de segurança, o secretário de Segurança Pública do Estado, Wantuir Jacini, disse que acionar a Força Nacional é inviável. “Mas, na medida do possível, vamos fazer este remanejo de policiais de cidades próximas para Novo Hamburgo”, afirmou. Jacini destacou que o efetivo de policiais na cidade deve aumentar, mas somente a partir de janeiro do próximo ano.

O prefeito Luís Lauermann havia solicitado na semana passada ao Estado que aceitasse o envio da Força Nacional de Segurança ao município devido ao aumento da criminalidade. Segundo Lauermann, o número de policiais militares é o mesmo há 20 anos em Novo Hamburgo.

Com o reforço policial nas ruas e no céu – um helicóptero o Batalhão de Operações Especiais de Canoas sobrevoou a cidade –, os moradores já sentiram a diferença. Segundo a Brigada Militar, apenas um veículo foi roubado entre sábado e domingo, além de quatro furtados. “No mês de setembro, a média era de nove roubos ou furtos por dia”, enfatizou o comandante do 3º Batalhão de Polícia Militar de Novo Hamburgo, Vieira Nery.

Fonte: Correio do Povo, página 12 de 6 de outubro de 2015.

 

Novo Hamburgo (RS): sequestradores libertam pai e filho

O rapaz foi abordado por três homens no caminho entre sua casa e a escola.”

Joel Wagner

Delegado de Polícia

O sequestro do marido e do filho de uma funcionária do Banrisul em Novo Hamburgo, no Vale do Sinos, teve ontem um final feliz. Após sete horas de aflição, os criminosos libertaram os dois nas proximidade do Parque de Exposições Assis Brasil, em Esteio. Os sequestradores queriam que a funcionária sacasse dinheiro do banco e entregasse a eles, como resgaste pela vida dos familiares.

O caso teve início quando o filho do casal, de 13 anos, foi para a escola, na manhã de ontem. No meio do caminho, de acordo com o delegado Joel Wagner, o garoto foi abordado por três homens. Estes forçaram o menino a voltar para casa com eles. Na residência, situada no bairro Primavera, os criminosos renderam pai e filho. Em seguida, os bandidos mandaram a mulher seguir a rotina e ir ao banco sacar dinheiro. A quantia, cujo valor não foi revelado, seria o resgate. Em seguida, os sequestradores saíram com os dois.

Conforme o delegado, por conta de protocolos existentes entre a Polícia e os bancos, foi percebida a ação da funcionária. “Há protocolos que visam dificultar o acesso ao cofre”, explicou o policial.

Com a confirmação do sequestro, a Polícia iniciou as investigações. Por volta das 15h, os criminosos soltaram pai e filho. “Provavelmente perceberam que o saque não seria possível”, analisou Wagner. O delegado considerou que o grupo que cometeu o crime seria formado por pelo menos quatro bandidos. “Deveria ter alguém esperando em um veículo”, disse. Ainda não há suspeitos.

Fonte: Correio do Povo, página 17 de 3 outubro de 2015.

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