Imigrantes: Hungria impede
embarques
Budapeste – As
autoridades húngaras ordenaram ontem a evacuação da principal
estação ferroviária de Budapeste, onde centenas de refugiados
esperavam para embarcar em trens para a Áustria ou para a Alemanha,
em um momento em que a Europa permanece dividida ante a maior crise
migratória desde a II Guerra Mundial.
A evacuação, que decorreu sem
incidentes, provocou uma manifestação espontânea de 200 refugiados
na estação gritando “Alemanha, Alemanha!” e “queremos sair!”.
“Nenhum trem chegará ou deixará a estação ferroviária de
Keleti a´te novo aviso. Pedimos a todos a deixar o local”, havia
anunciado uma mensagem transmitida por alto-falante. “Por que os
húngaros não deixam que a gente simplesmente vá embora?”,
declarou Haider, um afegão de 31 anos. Horas depois, o local foi
reaberto, mas apenas aos não imigrantes.
Autoridades europeias denunciaram
ontem a crescente venda de falsos passaportes sírios, em particular
na Turquia, para facilitar a entrada de imigrantes na União
Europeia. Os traficantes aproveitam-se da facilidade com que os
sírios obtêm o direito de asilo em todos os estados membros do
Bloco.
Fonte: Correio do Povo, página 8 de 2
de setembro de 2015.
Inovação
para além-fronteiras
O
Brasil, como se sabe, precisa agregar valor aos seus produtos,
desenvolvendo a inovação e fazendo com que a produtividade melhore
com o avanço tecnológico. Isso é importante em áreas
estratégicas, como na geração de energia ou mesmo na questão do
petróleo, item que o país exporta para depois importar derivados
para atender à demanda interna. O conhecimento científico torna-se
cada vez mais uma necessidade que deve ser suprida como forma de
preparar o caminho para o desenvolvimento econômico pleno.
Diante
dessa realidade, assume grande importância a iniciativa da Agência
de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex-Brasil),
vinculada ao Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio
Exterior, que houve por bem estabelecer uma premiação para empresas
inovadoras nascentes, apoiando as que atingirem um patamar mínimo de
acumulação de know-how
na
criação de produtos e de serviços na área da sustentabilidade.
As áreas avaliadas para esses
empreendedores emergentes incluem a questão ambiental, a saúde
coletiva e outros segmentos inovadores. A Apex-Brasil ajuda as
empresas a se posicionarem no mercado externo. Esse suporte é
fundamental para que elas possam ter foco no ramo de negócio
proposto, evitando que a burocracia e os trâmites envolvidos nessa
expansão inviabilizem de antemão todo o processo. No momento em que
o país precisa se capitalizar, nada melhor que se valer do comércio
internacional para amealhar mais divisas e, assim, dar fôlego à
nossa economia.
Fonte: Correio do Povo, editorial da
edição de 27 de agosto de 2015, página 2.
Iraí (RS): índios param BR contra
projetos federais
Protesto busca derrubar portaria 303
da AGU e retirar a PEC 215 da pauta da Câmara Federal
Dezenas de índios caingangues
pararam ontem a BR 386, no km 02, em Iraí. O bloqueio iniciou-se às
9h30min e somente às 14h o trânsito foi liberado nos dois sentidos.
Longas filas de veículos haviam se formado a partir do bloqueio,
perto da ponte sobre o Rio do Mel. Uma hora depois, a via foi
novamente obstruída, seguindo assim até o começo da noite. Foram
montadas barreiras com pedras, galhos e troncos. Os índios
bloquearam, além da BR-386, o acesso à ERS-324, que liga Iraí,
Ametista do Sul e Planalto.
Segundo as lideranças indígenas, o
protesto busca a derrubada da portaria 303 e a retirada da pauta da
Câmara Federal, da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 215. O
cacique da Reserva Indígena d Iraí, Luís Salvador, diz que as
medidas ferem os direitos dos índios. “Isso fere a mata, além do
direito à saúde, educação e demarcação de terras que são de
direito dos indígenas.” Ele detalha que a PEC 215 retira do
governo federal a autonomia para demarcar terras indígenas, de
quilombolas e Áreas de Proteção Ambiental.
Pelo texto, caberá ao Congresso
aprovar eventuais propostas de demarcação enviadas pela Fundação
Nacional do Índio (Funai). Hoje, o Ministério da Justiça edita
decretos de demarcação a partir de estudos da Funai. “Já a
portaria 303, da Advocacia-Geral da União (AGU), entre 19
determinações, proíbe a ampliação de terra indígena já
demarcada e isso a comunidade indígena não aceita”.
A manifestação ocorreu distante 2
km da ponte sobre o rio Uruguai, divisa do Rio Grande do Sul e Santa
Catarina. No final da tarde, a fila de veículos era de 2,3 km em
cada lado da manifestação. A Polícia rodoviária Federal (PRF)
negociou com as lideranças a liberação da pista.
Os índios, das reservas de Iraí e
Vicente Dutra, prometeram liberar a pista à noite e retomar o
bloqueio hoje. Alguns motoristas reclamaram do tempo que a rodovia
ficou obstruída. “Poderiam fazer o protesto, mas permitir passagem
de veículos a cada duas horas, por exemplo”, disse um caminhoneiro
de Santa Catarina.
Fonte: Correio do Povo, página 14 de
28 de outubro de 2015.
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