por MARIANA DELLA BARBA
O "bombardeio" de propagandas direcionadas a crianças que já ocorre ao longo do ano fica ainda mais intenso na época do Natal.
Mas como driblar o consumismo infantil excessivo diante de tantas "tentações"?
A BBC Brasil pediu dicas para pais e mães, especialista em direitos da infância e também para nossos leitores no Facebook. São presentes alternativos e ideias úteis para aproveitar o Natal com as crianças, eliminando (ou ao menos minimizando) o estresse de negociar pedidos insistentes por brinquedos da moda.
Veja algumas delas:
DESLIGAR A TV E FUGIR DO SHOPPING
"Esse bombardeio de publicidade ao público infantil tem consequências graves. Ele incentiva o consumismo e o materialismo entre as crianças, que, assim como os adultos, podem passar a acreditar que ao terem aquele produto, serão mais felizes, terão mais amigos, vão se divertir mais.
Isso gera, por exemplo, problemas de autoestima", afirma Isabella Henriques, uma das diretoras da ONG Instituto Alana e coordenadora do Projeto Criança e Consumo.
Para fugir desse cenário, ela sugere evitar ao máximo locais e atividades em que as crianças são mais expostas à publicidade. "A primeira dica é desligar a TV sempre que possível, já que na maioria dos canais há um grande volume de propagandas."
Isabella também sugere fazer atividades de lazer que não estejam atreladas ao consumo de produtos.
A dica da coordenadora é trocar a televisão por jogar um jogo ou fazer um bolo e um sábado no shopping por um passeio ao ar livre. "O maior presente para as crianças é sempre a presença dos pais ou responsáveis. É isso que elas gostam, é isso que elas precisam. "
DIZER "NÃO"
"É claro que nem sempre é simples dizer ′não′ a uma criança. Mas os pais precisam ter em mente que dizer ′não′ faz parte do processo de educação das crianças. É algo importante para a formação delas", afirma Isabella.
Na opinião dela, o apelo do consumismo infantil excessivo gera um estresse familiar, que acaba se intensificando em épocas como o Natal. E a tensão criada pode ser ainda maior em famílias com menor poder de compra. "Isso pode deixar frustradas as famílias que não têm condições de comprar o que a criança quer".
Para fugir dos apelos, vale fazer os famosos combinados com as crianças antes de ir a shoppings, mercados e afins. Um acordo de que a ida ao shopping é apenas para comprar o presente do primo ou deixar claro que será permitido comprar apenas um produto no mercado pode tornar mais fácil a tarefa de se dizer não - e evitar desgastes e escândalos no corredor de brinquedos.
TROCAR BRINQUEDOS POR VIAGENS E PASSEIOS
A leitora Camila Xavier postou, na página da BBC Brasil no Facebook, um comentário contando como faz para evitar que seus filhos sejam muito exposto à publicidade - e sugere usar o dinheiro que seria usado para comprar brinquedos para fazer viagens em famílias.
"Meus filhos não veem propaganda na TV e vão o mínimo possível a centros comerciais. Quando chegam as datas festivas, o máximo que eles conseguem pedir é algum brinquedo que viram com um amigos. Depois do Natal, vem o aniversário deles. Disse que vamos usar o dinheiro para viajar. Eles adoraram", conta.
O escritor e ilustrador Fabio Yabu também combinou de trocar o presente da filha por um passeio. "Ela nem liga tanto para os brinquedos que já tem. Fomos em um parque de aventura aqui em Fortaleza, com arvorismo, pedalinho, tirolesa e ela ficou superfeliz, nem pensou em presente", conta.
"Acho que esse negócio de presente/consumismo é uma pilha que a gente mesmo põe nas crianças, não? De ficar perguntando o que elas querem, o que elas vão pedir pro Papai Noel, no aniversário, no Dia das Crianças..."
No Facebook, Gil Moraes opinou: "Acredito que um passeio em família para conhecer um lugar diferente seja um presente mais que adequado, visto que memórias duram muito mais tempo que brinquedos."
DEIXAR O DIA MAIS VERDE
Entrar em contato com a natureza nunca é demais para uma criança, seja com passeios em parques ou trazendo um pouco de verde para casa. Dois leitores deram dicas nessa linha.
Josi De Paula, que vive na Alemanha, contou que seu filho de 3 anos adora passear em bosques e procurar pequenos tesouros como pinhas, pedras e conchas de caramujos vazias.
"Tudo vai para uma cesta e fica em sua estante de materiais naturais. Com esses elementos e blocos de madeira, ele faz construções de acordo com sua imaginação."
Dois leitores também deram dicas presentear as crianças com vasos de plantas. "Uma plantinha para ser cuidada", sugeriu Joaquim Quintino, acrescentando que ela cria responsabilidade nas crianças e dá resultado a longo prazo.
"Eu daria sementes e vasinhos para eles plantarem, incentivando desde pequenos a importância de preservar e cuidar da natureza", diz Anna Karolina.
FAZER O PRÓPRIO PRESENTE
"Fizemos na minha família um amigo secreto que foi incrível. Cada um tinha de fazer o presente. Foi lindo porque as pessoas se dedicaram a fazer algo bacana para presentear. Eu adorei o meu presente: meu pai pintou um buda lindo para mim. É um dos mais especiais da minha coleção", conta Gabriela Costa. "Para o presente que meu filho deu para o priminho, pegamos uma sacola de pano tipo ecobag e estampamos com ′carimbos′ da mãozinha dele."
No Facebook da BBC, a leitora Helga Reinhardt sugere fazer bolinhas de sabão com um arame e um pouco de detergente e dá uma outra dica:
"Se você tem alguma capacidade artesanal pode fazer algo como uma casinha tipo tenda", conta Helga, indicando um blog com dicas de como construir cabaninhas.
ASSINATURA DE REVISTAS
Dar uma assinatura de revistas para as crianças pode ser um presente diferente - e divertido.
"Um dos presentes de que minha filha, Marina, de 10 anos, mais gostou no ano passado foi a assinatura de uma revista que traz histórias curtas selecionadas pelos editores e escritas e ilustradas por pré-adolescentes", conta e Silvia Salek, diretora de redação da BBC Brasil, que mora com a família em Londres.
No Brasil, uma revista semelhante é a Yoyo.
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Veja outras dicas de leitores da BBC Brasil.
SHOW, TEATRO E CINEMA
"Um ingresso de teatro é bem legal. Amo levar meu filho", conta Mayara Covo Piton.
COZINHAR EM FAMÍLIA
"Passar o dia cozinhando com os filhos e conversando é muito melhor do que eles passarem o dia inteiro incomodando pra ganhar um presente que ′um cara′ (Papai Noel) deu pra eles", diz Michel Lempek Rosa.
FOTOS E MEMÓRIAS
"Eu recomendo como presente, um ensaio fotográfico natalino, sendo que será uma lembrança bonita para o resto da vida, não somente para a criança, mas também para toda a família", sugere Mateus André.
MATERIAL ESCOLAR
"Acho que seria bacana presentear a criança com seu próprio material didático da escola. Levá-la para escolher seus próprios lápis de cor, estojo, e demais materiais, a incentivando a ter gosto pela aprendizagem, e estimulá-la a ter apreço pelas coisas - algo pouco incentivadas nos dias de hoje", conta Sara Oliveira.
PEQUENOS PINTORES
"Vi esses dias uma daquelas telas de pintor, no tripé e gostei! É uma forma de entrar em contato com a arte e estimular a criatividade", postou Eliane Rocha Pereira.
Fonte: BBC - Brasil - 22/12/2015 e Endividado
Governo agora acena com reforma trabalhista e previdenciária e simplificação tributária
por MARIANA HAUBERT
O ministro Jaques Wagner (Casa Civil) anunciou nesta terça-feira (22) que a nova equipe econômica do governo se reunirá na próxima segunda-feira (28), após o feriado de Natal, para afinar o discurso sobre as propostas da área para o ano que vem."Na volta do Natal, no dia 28, a presidente [Dilma Rousseff] deve ter uma reunião com a equipe [econômica] e com os ministros do Palácio [do Planalto] para uniformizar a fala e preparar um conjunto de medidas que ela vai ter que apresentar ao Congresso no retorno", disse Wagner em conversa com jornalistas nesta manhã.
Uma das propostas será a reforma da Previdência, segundo o ministro. Ele, no entanto, afirmou que não pode detalhar ainda o que será apresentado porque o governo não definiu qual será o modelo adotado. Em 2015, o governo chegou a defender mudanças no sistema previdenciário, como a adoção de uma idade mínima para as aposentadorias, mas não conseguiu a sua aprovação.
"Todo mundo sabe que precisamos olhar para o futuro. Isso vai dar credibilidade para o governo se conseguirmos garantir que a Previdência, que a geradora de parte do desequilíbrio possa, daqui a 15 anos, ter um equilíbrio", disse Wagner.
Segundo o ministro, a presidente deverá otimizar de três a quatro eixos da economia para apresentar ao Congresso.
Ele não deu detalhes sobre os eixos mas disse que poderão ser sobre, além da previdência, a simplificação tributária, livre negociação de questões trabalhistas entre empregador e empregadores, medidas de desburocratizações.
TROCA MINISTERIAL
O ministro pediu também um voto de confiança ao ministro Nelson Barbosa, que assumiu nesta segunda (21) o Ministério da Fazenda. "Pediria que as pessoas não sentenciassem antes que o cara trabalhasse. Ninguém é suicida. Todo mundo que está na atividade econômica quer que as coisas andem. É claro que tem que ter um pouco de aposta, de ajuda, de querer que as coisas deem certo. Se não, não funciona. [Ele] não vai fazer nenhuma loucura. Nelson é cara equilibrado", disse.
Para Wagner, a mudança na equipe econômica, com a saída de Joaquim Levy da Fazenda, e a ida de Barbosa para a pasta e de Valdir Simão para o Planejamento, criará uma equipe mais "harmônica". Ele creditou a saída de Levy a um desgaste natural fruto de um ano turbulento.
"Quando o vento está bom, qualquer um é bom. Quando o governo está ruim, toda a culpa vai para o ministro, para a presidente, para a equipe econômica. Já havia o desgaste, até do ponto de vista do relacionamento. E eu acho que vai se ter uma equipe mais harmônica. Mas mais harmônica não quer dizer samba de uma nota só. O contraponto vem da rua", disse.
Apesar das dificuldades enfrentadas ao longo do ano, Wagner avaliou que o governo encerra o período "melhor do que em alguns momentos durante o ano". O ministro fez uma mea culpa sobre os erros do governo ao dizer que foram feitas apostas em áreas que não deram muito certo.
"Todo mundo sabe que teve medidas que nós apostamos e a posologia [dosagem] foi errada. Como no caso das desonerações, na redução do nosso [equilíbrio] fiscal. Isso todo mundo reconhece. [As críticas vêm] dos engenheiros de obra pronta, o que é fácil. Então, não tem uma culpa só. Temos culpa? Evidente. Fizemos uma aposta que não deu certo. Mas isso não é dolo. É que exageramos na dose".
Fonte: Folha Online - 22/12/2015 e Endividado
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