Medicamento biológico: alerta para segurança do paciente
Marco Aurélio Ruas
Com a aprovação da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) para comercialização do primeiro medicamento biossimilar no Brasil, associações enviaram um manifesto ressaltando a necessidade de medidas que visem à segurança do paciente nos tratamentos biológicos. De autoria do Centro Latino-Americano de Pesquisa em Biológicos, da Universidade do Estado do Rio de Janeiro, o documento traz alternativas para uso seguro e eficiente dos medicamentos biológicos e biossimilares, além de relatar brechas na legislação que admite maior rigor no processo de liberação e controle. Devido à alta complexidade molecular de suas composições, esses medicamentos não são passíveis de replicações exatas, tendo em vista a atual tecnologia. Ao mesmo tempo, o sucesso no tratamento de diversas doenças crônicas comprova a eficiência desses remédios.
Segundo o presidente do centro, Ricardo Garcia, a reflexão se faz necessária, inclusive, por conta da tradição adquirida pela população na compra de genéricos sem fazer a distinção entre os laboratórios que os produzem. “enquanto os medicamentos sintéticos (químicos) são constituídos por uma fórmula mais simples e de fácil replicação, os biológicos são produzidos a partir de organismos vivos, constituídos por moléculas complexas. Qualquer alteração na concepção altera o resultado.”
Ele projeta que deverão ocorrer diferenças entre os medicamentos feitos com a mesma composição, mas os laboratórios diferentes. Ou seja, os biossimilares não são genéricos. Outro tema exposto no manifesto diz respeito à extrapolação de indicações de doenças das quais determinado biológico tem eficácia. “Os laboratórios deveriam apresentar estudo de comprovação de segurança de eficiência para cada indicação. Por serem similares, e não cópias, os biológicos são mais sensíveis em relação a efeitos adversos”, explicou Garcia.
Conforme o documento, as associações e os grupos “têm críticas à extrapolação de indicações aprovada pela Anvisa, por estar em desacordo com o descrito na Resolução da Diretoria Colegiada 55/2010 e pela ausência de evidências científicas que suportem, em termos de eficácia e segurança, essa determinação”.
Fonte:Correio do Povo, página 15 de 22 de setembro de 2015.
MEC propõe Base Curricular
O Ministério da Educação (MEC) divulgou ontem a proposta da Base Curricular Comum, documento que detalha o que precisa ser ensinado aos alunos em cada disciplina e etapa de Ensino. A ideia é estabelecer um currículo nacional com metas de Ensino para todas as escalas brasileiras, públicas e privadas. O documento está averto para audiências públicas e seu texto final deve ser aprovado em junho de 2016.
As bases comuns nacionais dos componentes curriculares contemplam 60% do currículo da Educação Básica: e os 40% restantes destinam a conteúdos regionais atendendo a especificidades locais, conforme prevê o Plano Nacional de Educação (PNE), aprovado em 2014.
O objetivo da Base Comum é definir o que o aluno precisa saber em cada etapa escolar, da Educação Infantil ao Ensino Médio, mas a forma de desenvolver o Ensino é livre. E a aprendizagem é estruturada nas quatro áreas já adotadas no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), conforme o contexto de experiências do aluno: de abordagens mais lúdica, nos anos iniciais; a conceitos mais abstratos, ao fim do Ensino Médio. Além de introdução, com 12 direitos gerais de aprendizagem, as áreas se dividem em Linguagens, Matemática, Ciências da Natureza e Ciências Humanas. E cada área se desdobra em disciplinas, como Artes ou Química.
O ministro da Educação, Renato Janine Ribeiro, explicou que o currículo comum é importante para guiar a formação dos professores e o material didático utilizado em sala de aula. E acrescentou que dois rumos importantes serão abertos: mudanças na formação, tanto inicial quanto continuada, dos professores; e também no material didático, pela incorporação de elementos audiovisuais e presença de conteúdos específicos que as redes de Educação agregarão.
Fonte: Correio do Povo, página 11 de 17 de setembro de 2015.
Massacre nos EUA: Polícia investiga perfil de atirador de campus
Chris Mercer foi descrito como introvertido: 'Não queria se dar com ninguém', diz vizinha
Roseburg – A Polícia buscava ontem explicações para o ataque que na quinta-feira deixou dez mortos – entre os quais o atirador – e sete feridos em uma universidade do estado americano d Oregon. Chris Harper Mercer, de 26 anos, apontado como o responsável pelo massacre, tinha uma grande quantidade de munição e várias armas e, além disso, usava colete à prova de balas. Segundo as declarações da Polícia, ele abriu fogo em ao menos duas salas de aula, em prédios diferentes da faculdade.
Apontado pelos meios de comunicação como estudante do centro universitário alvo do massacre. Mercer possuía 13 armas. Todas foram compradas legalmente , informaram as autoridades. “Seis foram recuperadas na escola, sete na residência do atirador”, afirmou um representante do governo americano. “Todas foram rastreadas até um distribuidor de armas federal”, destacou o porta-voz em coletiva de imprensa.
Segundo os investigadores, o agressor foi descrito pelos vizinhos como um jovem introvertido. “A Polícia está investigando de porta em porta e foi à casa do atirador. Mas é muito cedo para dizer qual foi a motivação”, afirmou o chefe de Polícia do condado, John Hanlin. O comandante não confirmou os testemunhos afirmando que o atirador teria perguntado aos estudantes se eles eram cristãos antes de disparar.
A Polícia isolou o prédio onde o agressor vivia para impedir o acesso da imprensa, mas os moradores não escondiam o assombro perante a situação. Mary Moore, auxiliar de enfermagem de 57 anos, mora no apartamento em cima do de Mercer e se declarou chocada por saber que era vizinha do autor do massacre. Outros descreveram-no como um jovem ansioso e taciturno, que vivia com a mãe. Botas militares, calça militar e camiseta branca: todos os dias ele se vestia da mesma forma, segundo contaram ao jornal The New York Times. “Não era um tipo de pessoa muito amistosa”, declarou outra vizinha. “Não queria se dar com ninguém.”
Estudantes em pânico
Um veterano do Exército está sendo saudado como um herói por enfrentar o atirador durante o massacre na universidade. Chris Mintz, de 30 anos, que estava estudando para ser umpersonal trainer na Umpqua Community College em Roseburg, foi baleado cinco vezes, mas conseguiu sobreviver.
A família de Mintz afirmou que ele se atirou contra a porta da sala de aula para evitar que o atirador, Chris Harper Mercer, entrasse. Mas o assassino conseguiu tirá-lo do caminho e disparou repetidas vezes contra Mintz. “Ele foi atingido três vezes, caiu no chão, olhou para o atirador e disse 'é o aniversário do meu filho', e foi atingido outras duas vezes”, contou Wanda, tia de Chris Mintz. Ela disse que o ex-militar foi atingido nas costas, no abdômen, na mão esquerda e que levou um tiro em cada perna.
O pai de uma aluna que sobreviveu fazendo-se passar por morta contou que o atirador invadiu a sala de aula e disparou contra o professor à queima-roupa. Cassandra Welding, outra estudante, disse à CNN que, ao ouvir os disparos, todos seus colegas se jogaram para debaixo das mesas. Segundo ela, uma de suas colegas foi ver o que estava acontecendo e, quando abriu a porta, foi baleada. Os estudantes em pânico fecharam então a porta, apagaram a luz e tentaram se proteger com tudo que encontravam pela frente.
Controle de armas é o alvo
A falta de iniciativa para se estabelecer algum tipo de controle sobre armas nos Estados Unidos é uma decisão política que deve ser enfrentada, declarou nesta sexta-feira o presidente Barack Obama, um dia depois do massacre na universidade de Oregon. “Vou politizar este assunto porque nossa falta de ação é uma decisão política”, afirmou Obama, para quem a oposição ao controle de armas “se deve à política porque há grupos que financiam campanhas e alimentam o medo nas pessoas”. Na última década, mais americanos morreram vítimas de atos de violência armada que em atos de terrorismo.
Fonte: Correio do Povo, página 7 de 3 de outubro de 2015.
Médicos e professores reclamam de sobrecarga
Cerca de 71% dos médicos gaúchos têm entre dois e quatro locais de trabalho, de acordo com um pesquisa realizada pelo Sindicato Médico do RS (Simers). O presidente da entidade, Paulo de Argollo Mendes, afirma que a sobrecarga de trabalho traz como consequência a diminuição da comunicação com os pacientes. “Há um descompasso entre a expectativa dos médicos e da população em relação à situação financeira dos profissionais e a realidade”, avalia.
Segundo Argollo Mendes, quase a totalidade dos processos movidos contra médicos tem origem na falta de comunicação com o doente. A jornada intensa também provoca problemas, como estresse: “A maioria não tem como se sustentar trabalhando apenas em um hospital. Em Porto Alegre, a prefeitura paga mais para um professor primário do que para um médico”, aponta.
Outra categoria que enfrenta situação semelhante é a do magistério. A diretora do Sindicato dos Professores do RS (Sinpro/RS), Cecília Farias, destaca que o fato de o pagamento acontecer por hora/aula faz com que muitos procurem complementação de renda. “É muito comum os professores terem dupla jornada de trabalho. Há casos de pessoas que trabalham nos três turnos em escolas diferentes”, diz.
Dos cerca de 25,6 mil professores que atuam na rede privada de ensino, 1,4 mil trabalham em dois locais, 151 em três e 12 lecionam em quatro instituições. Os demais profissionais mantêm apenas um local de trabalho. Muitos professores ministram aulas em instituições particulares e públicas. “As pessoas buscam ampliar a jornada para melhorar sua condição econômica. Há também os casos de profissionais liberais que trabalham em sua área durante o dia e lecionam à noite, em universidades”, ressalta Cecília.
Dados da região Metropolitana
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- Trabalhadores ocupados: 1,5 milhão
- Trabalhadores com duas ocupações: 67 mil
- Desempregados: 274 mil
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Estado
- Índice de médicos com dois empregos: 39,7%
- Número de professores particulares com dois empregos: 1,4 mil
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Fonte: Correio do Povo, página 11 de 13 de novembro de 2005.
Médicos poderão perder licença
O presidente do Conselho Regional de Medicina do Rio Grande do Sul (Cremers), Rogério Wolf de Aguiar, garantiu na Assembleia Legislativa que os profissionais envolvidos na CPI das Próteses e Medicamentos que tiverem infringido a ética médica terão suas licenças cassadas. Aguiar explicou que o Cremers julga o médico eticamente. O julgamento civil e criminal fica a cargo da Justiça.
Fonte: Correio do Povo, página 12 de 21 de outubro de 2015.
Medicina: faculdades vão ser vistoriadas
MEC, que só verificava as instituições com nota baixa, visitará agora todas
Todas as faculdades de Medicina do país deverão ser vistoriadas, a partir de março, por equipes do Ministério da Educação (MEC), para verificar se critérios de funcionamento estão sendo atendidos de maneira adequada. A medida foi anunciada ontem pelo ministro Renato Janin Ribeiro, como uma das ações do MEC para garantir a qualidade dos cursos. Pela regra atual, a visita obrigatória era feita somente a instituições que tivessem conceito inferior a 3, a cada três anos.
“Todos sabem como é delicado o Ensino de Medicina. É preciso observar não só a higiene absoluta, mas a existência e condições de equipamentos, material de consumo; e se procedimentos são seguidos por funcionários e alunos”, afirmou o ministro, explicando que tudo isso será avaliado. Ainda não está definida a periodicidade das visitas. “Feita esta primeira rodada, vamos definir o padrão para novos ciclos”, acrescentou Janine.
O MEC anunciou também que serão realizadas mudanças na avaliação dos estudantes de Medicina. Os acadêmicos do 2º, 4º e 6º ano (último do curso) deverão passar por exames bienais.
Fonte: Correio do Povo, página 16 de 27 de agosto de 2015.
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