terça-feira, 29 de dezembro de 2015

Parceiros errados, por Rogério Mendelski

O Brasil corre o risco de ficar isolado em seus negócios internacionais com tradicionais parceiros comerciais, tudo por erro de quem tem a responsabilidade de manter nossa política de importação e exportação. É claro que não se trata apenas de uma decisão econômica, mas sim de uma opção política equivocada, na qual nossa preferência por tratados comerciais está centrada no Mercosul.
Ora, o Mercosul é uma piada em termos de parcerias econômico-comerciais, mas nós ainda damos importância a um hipotético crescimento de bons negócios com Argentina, Venezuela, Uruguai e Paraguai. Destes países integrantes do Mercosul quem não está quebrado ou tem muito pouco a oferecer ao Brasil?
Mesmo assim, nossos esforços ainda visam atrair a Bolívia para o Mercosul, enquanto nações como Chile, Peru, Colômbia e México, além da Aliança do Pacífico, já se preparam para o ingresso na Parceria Transpacífico, o mais recente bloco econômico formado por 12 países e liderado pelos EUA e pelo Japão.
O que dizem as informações oficiais do TPP (sigla em inglês)? “As 12 nações unidas pelo TPP acordaram novas regras para setores que vão desde produtos farmacêuticos até automóveis. O pacto também prevê a criação de novas barreiras comerciais, a abertura de mercados de exportação, a unificação das regras para lidar com a propriedade intelectual sobre os dados com grandes corporações e períodos de exclusividade no caso da fabricação de medicamentos.”
Não bastasse a crise que nos assola com queda do PIB, o Brasil caminha para um isolamento da chamada cadeia global de comércio pela perda de competitividade de nossos produtos manufaturados e até mesmo de nossas commodities agrícolas.
E isto é o resultado de nossas más companhias na América do Sul...



O Mercosul é uma piada em termos de parcerias econômico comerciais.


Números podem mudar


Na relação dos 12 países que formam a Parceria Transpacífico (TPP), o Brasil tem um comércio bilateral importante. Mesmo com déficit, exportamos 54 bilhões de dólares e importamos 60 bilhões. Mas esta relação poderá se modificar.

As alterações


Diego Bonomo, gerente executivo de Comércio Exterior da CNI, acredita que, quando a TPP estiver em pleno funcionamento, negócios com os EUA e o Japão (por exemplo) serão balizados pelas novas regras comerciais do bloco. E o Brasil não vai sentar à mesa das 12 nações parceiras.



O Brasil caminha para um isolamento da chamada cadeia global de comércio.



Os prejuízos (1)


O Brasil não irá usufruir da troca de mercadorias sem impostos com as nações do TPP e nosso produtos ficarão mais caros para elas. Que ninguém se iluda com os números atuais de nosso comércio exterior em 2015.


Os prejuízos (2)


A previsão de um superávit de 13 a 14 bilhões de dólares em nossa balança comercial não resulta de um incremento de nossas exportações, mas de uma queda forçada pela alta do dólar em nossas importações.



Fonte: Correio do Povo, página 8 de 8 de outubro de 2015.







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