Os
serviços secretos de Israel e dos Estados Unidos detectaram fortes
indícios de uma mobilização militar da Rússia na Síria. Tanques
T-90 e aviões de combate estariam fazendo parte dessa mobilização.
O presidente russo, Vladmir Putin, não confirmou a presença, porém
em um pronunciamento em Duchambe, capital do Tadjiquistão, ele
defendeu uma estratégia de apoio a Bashar Al-Assad.
Tanto Israel como os Estados Unidos e
toda a Europa deveriam estar dando o maior apoio para a presença da
Rússia na Síria, simplesmente porque Moscou estará lutando contra
o Estado Islâmico, o grupo terrorista que apavora a região, que
dominou áreas da Síria e do Iraque – formando ali o seu califado
e o que é o principal responsável por esse enorme êxodo de
refugiados em direção à Europa. Mas aí pode vir a contestação:
a Rússia está ajudando o ditador Assad a se manter no poder. Pois
que seja, porque se a situação da Síria é ruim com ele, se
tornará muito pior sem ele. O Ocidente teve a ilusão de apoiar
rebeldes que se opunham a Assad. Rebeldes que nada mais eram do que
mercenários corruptos. O resultado do enfraquecimento do Exército
sírio foi esse avanço e estabelecimento do Estado Islâmico.
É certo que a Rússia tem os seus
interesses ao atuar na Síria, onde já possui uma base marítima.
Estará ampliando sua presença numa área em que já foi muito
influente até os anos 1970, mas que viu uma influência diminuir na
medida em que foi se esvaindo a União Soviética. Voltam os russos a
atuar na área do petróleo, buscando causar algum acontecimento que
faça aumentar o preço no mercado internacional do produto que é
primeiro item da sua pauta de exportações. Porém, o extermínio do
Estado Islâmico é muito mais importante que isto, por tudo de
terror e destruição que aquela organização representa. Assim, o
Ocidente, que colaborou para o estabelecimento do EI na região,
deveria estar não só dando apoio, mas juntando-se às ações dos
russos. A propósito, nunca é demais relembrar que foram os russos
que tiveram papel decisivo na vitória dos Aliados sobre o nazismo na
II Guerra Mundial.
Fonte: Correio do Povo, página 6 de
20 de setembro de 2015.
Nenhum comentário:
Postar um comentário