Páginas

terça-feira, 29 de dezembro de 2015

Os juros na economia

Os juros estão elevados porque a economia não cresce e a economia não cresce porque os juros estão elevados. Essa relação fica ainda mais preocupante diante dos dados divulgados pela Associação Nacional dos Executivos de Finanças, Administração e Contabilidade (Anefac). De acordo com a entidade, a taxa média de juros cobrada em empréstimos atingiu 131,1% até setembro, com alta de 1,26% sobre agosto. Houve o recrudescimento das taxas de juros em seis modalidades de crédito para pessoa jurídica – juros do comércio, cartão de crédito rotativo, cheque especial, CDC-bancos-financiamento de veículos, empréstimo pessoal-bancos e empréstimo pessoal-financeiras. O rotativo do cartão de crédito chegou a 13,59%, recorde desde março de 1996. A própria taxa Selic passou de 7,25% ao ano, em janeiro de 2013, para 14,25% ao ano, em setembro de 2015. Já o crédito empresarial passou de 4,09% ao mês para 4,12%.
Em meio a esse quadro, mantém-se o desafio de o país aumentar e qualificar sua produtividade para baratear os produtos e serviços no mercado, tirando a pressão inflacionária. Contudo, tal ação não é tarefa fácil. As empresas estão com menos capital para investir e as operações de empréstimo envolvem riscos reais, diminuindo a margem de manobra e inibindo investimentos em infraestrutura, máquinas, equipamentos recursos humanos e inovação, o que poderia resultar numa produção de maior valor agregado, com mais quantidade e qualidade. Os juros altos precisam ser enfrentados com políticas econômicas que impliquem melhor gasto público e parcerias efetivas entre os governos e o setor privado.



Fonte: Correio do Povo, página 2, editorial da edição de 14 de outubro de 2015.

Nenhum comentário:

Postar um comentário