Os
juros estão elevados porque a economia não cresce e a economia não
cresce porque os juros estão elevados. Essa relação fica ainda
mais preocupante diante dos dados divulgados pela Associação
Nacional dos Executivos de Finanças, Administração e Contabilidade
(Anefac). De acordo com a entidade, a taxa média de juros cobrada em
empréstimos atingiu 131,1% até setembro, com alta de 1,26% sobre
agosto. Houve o recrudescimento das taxas de juros em seis
modalidades de crédito para pessoa jurídica – juros do comércio,
cartão de crédito rotativo, cheque especial,
CDC-bancos-financiamento de veículos, empréstimo pessoal-bancos e
empréstimo pessoal-financeiras. O rotativo do cartão de crédito
chegou a 13,59%, recorde desde março de 1996. A própria taxa Selic
passou de 7,25% ao ano, em janeiro de 2013, para 14,25% ao ano, em
setembro de 2015. Já o crédito empresarial passou de 4,09% ao mês
para 4,12%.
Em meio a esse quadro, mantém-se o
desafio de o país aumentar e qualificar sua produtividade para
baratear os produtos e serviços no mercado, tirando a pressão
inflacionária. Contudo, tal ação não é tarefa fácil. As
empresas estão com menos capital para investir e as operações de
empréstimo envolvem riscos reais, diminuindo a margem de manobra e
inibindo investimentos em infraestrutura, máquinas, equipamentos
recursos humanos e inovação, o que poderia resultar numa produção
de maior valor agregado, com mais quantidade e qualidade. Os juros
altos precisam ser enfrentados com políticas econômicas que
impliquem melhor gasto público e parcerias efetivas entre os
governos e o setor privado.
Fonte: Correio do Povo, página 2,
editorial da edição de 14 de outubro de 2015.
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