sexta-feira, 25 de dezembro de 2015

O Natal de C. Ronaldo não foi nada família


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Impeachment: Temer minimiza hipótese de crise


em almoço ontem com empresários do varejo, o presidente em exercício, O encontro foi fechado. No almoço, a empresária Ana Luiza Trajano do Magazine Luiza, indagou Temer sobre a possibilidade de Dilma sofrer impeachment. Ele minimizou o tema e disse que o país não vive crise institucional que ponha em risco o mandato petista.



Fonte: Correio do Povo, página 3 de 26 de setembro de 2015. 

Impeachment: Cunha recorre ao STF contra suspensão de rito

Presidente da Câmara afirma que não vai renunciar ao cargo e que não precisa de ajuda em sua defesa


O presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), protocolou ontem recursos contra três decisões do Supremo Tribunal Federal (STF) que suspenderam o rito que ele havia anunciado em setembro para dar andamento aos pedidos de impeachment da presidente Dilma Rousseff pendentes no Legislativo. Nos recursos, Cunha pede que os ministros Teori Zavascki e Rosa Weber reconsiderem decisões liminares que suspenderam a validade do rito. Caso contrário, pede que a decisão fique com o plenário do STF, formado por 11 ministros.
Mesmo após o surgimento de provas que agravam as denúncias de corrupção contra ele, Cunha afirmou ontem, durante entrevista coletiva que não vai renunciar ao cargo. Cunha também retrucou declaração de Dilma na Suécia. Questionada por jornalistas se as denúncias contra o presidente da Câmara causavam constrangimento internacional, ela disse que seria estranho se não causasse e lamentava que o escândalo seja com um brasileiro. “Eu lamento que seja com um governo brasileiro o maior escândalo de corrupção do mundo”, disse Cunha, ao ser perguntado sobre a declaração da presidente.
Cunha negou ainda haver articulação entre ele e o Palácio do Planalto para negociar sua permanência na presidência da Casa em troca da não instauração de processo de impeachment contra Dilma. “Vai continuar exatamente do jeito que está. Não renunciarei e aqueles que desejam porventura minha saída vão ter de esperar o fim do mandato para escolher outro”, declarou. “É importante deixar claro o seguinte: fui eleito pela Casa. Aqui só cabe uma maneira de eu sair, e renunciar. E não vou renunciar. Então, aqueles que acham que podem contar com minha renúncia, esqueçam, eu não vou renunciar.”
Ele disse seguir presidindo a Câmara “com toda tranquilidade” e que tem legitimidade para praticar todos os atos inerentes à função para a qual foi eleito. Questionado se espera ajuda do PMDB para a sua defesa, Cunha disse que “não espera nada”. “Não preciso que ninguém ajude na minha defesa. Minha defesa será feita por mim mesmo e pelos meus advogados no momento e no fórum apropriado. Não tenho nenhuma preocupação com isso”, afirmou. Indagado se tem contas na Suíça, Cunha não negou e disse que só falará sobre esse assunto por meio de nota ou dos advogados.
Cunha também rechaçou a crítica do deputado federal Ivan Valente (Psol-SP) de que houve um “cordão” entre PT, PMDB e PSDB para encerrar a CPI da Petrobras sem ouvir os políticos. Para o presidente da Câmara, cabe aos partidos se manifestarem sobre isso.


Fonte: Correio do Povo, página 3 de 20 de outubro de 2015.


Impeachment: cenário conturbado confunde população

Denúncias diárias de corrupção e informações divergentes inibem projeções sobre eventual deposição de Dilma


FLAVIA BEMFICA


Assolados por denúncias diárias de corrupção, informações desencontradas sobre as regras da disputa política e de ritos burocráticos, os eleitores estão com dificuldades de avaliar o que pesa contra a presidente Dilma Rousseff e quais os possíveis desdobramentos de um eventual impeachment. “O brasileiro não tem noção exata do que está acontecendo, falta identidade própria ao país, que é muito grande. Vivemos em um cenário com mais dúvidas do que respostas”, resume o presidente da Comissão de Direito Eleitoral da OAB/RS, Antônio Augusto Mayer dos Santos. “Parecemos circular na mesma roda, repleta de casuísmos, sem uma mudança real de cultura. No caso atual, por exemplo, vincular a deposição da presidente a uma melhoria automática da situação é uma ingenuidade característica de uma sociedade anti-institucional e antipartidária”, avalia a professora do Programa de Pós-Graduação em Ciência Política da Ufrgs, Silvana Krause.
A complexidade do cenário é tanta que os especialistas preferem não fazer projeções. Sobre a presidente, pesa tanto a possibilidade de abertura de um processo de impeachment via Câmara dos Deputados quanto à perda do mandato (que atinge também o vice, Michel Temer, do PMDB) via ações que tramitam no Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Mayer dos Santos alerta para o fato de que as ações do TSE, que acusam a chapa Dilma/Temer de abuso de poder econômico entrelaçado com abuso de poder político têm muito mais relevo, tanto do ponto de vista da objetividade e “nitidez da matéria” quanto da existência de precedentes.
O processo de impeachment, apesar do destaque que ganha na mídia, tem menor relevância, porque seu embasamento – as chamadas pedaladas fiscais – é frágil. Além disso, as manobras contábeis fazem parte do cotidiano do poder Executivo, seja na União, nos estados ou nos municípios, e considerá-las crime de responsabilidade abriria um caminho indesejado por detentores de cargos executivos. “se fôssemos aplicar a lei ao pé da letra poucos sobrariam entre presidentes, governadores e prefeitos. Não se pode agir com leviandade”, adverte o professor titular de Direito Constitucional da Ufrgs e da Fundação Escola Superior do Ministério Público, Eduardo Carrion. O constitucionalista lembra que a corrupção se tornou corriqueira no chamado presidencialismo de coalizão, em todas as esferas. Mas ressaltava que, no caso específico de Dilma, ainda não há elemento que fundamente procedimento por crime de responsabilidade.


Atenções se concentram no TSE


As atenções de governistas e oposicionistas se concentram hoje sobre o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e as quatro ações que o PSDB move na Corte. Isso ocorre porque a abertura de um processo de impeachment no Congresso perdeu força após a enxurrada de denúncias contra o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ); as liminares do Supremo Tribunal Federal (STF) que suspenderam o rito de impeachment estabelecido por cunha; e a definição do senador Acir Gurgacz (PDT-RO), da base governista, como relator na Comissão Mista de Orçamento do parecer que recomenda a rejeição das contas de 2014 do governo.
No TSE, definido o relator, o julgamento das ações que podem gerar a perda dos mandatos da presidente Dilma Rousseff e do vice Michel Temer tende a se estender por cerca de um ano. Para haver condenação é preciso a prova de que eventuais irregularidades interferiram no resultado do pleito. Existe a possibilidade, por exemplo, de reconhecimento de abuso, mas não com gravidade suficiente para ameaçar a legitimidade da eleição. Caso o TSE decida pela cassação, ainda cabe ao STF.
Se Dilma e Temer forem cassados nos primeiros dois anos do mandato, o presidente da Câmara assume a Presidência da República interinamente e convoca novas eleições, em até 90 dias. Uma eventual cassação nos dois últimos anos de mandato não é seguida por eleições diretas. O Congresso escolheria dois parlamentares para as vagas.


Eleição indireta divide analistas


Um eventual impeachment, seguido de eleições indiretas comandadas pelo Congresso, alvo constante de denúncias de corrupção, divide a opinião de analistas. “A democracia pressupõe o funcionamento das regras do jogo. Nesse sentido, a possibilidade das eleições pelo Congresso não é ruim. A sociedade é que precisa estar vigilante”, avalia Maurício Reis, professor de Processo Civil e Filosofia do Direito da Fundação Escola Superior do Ministério Público. “O afastamento do presidente eleito pelo voto popular não pode ser leviano ou precipitado (…) No presidencialismo existem institutos próprios, distintos da chamada responsabilidade política própria de sistemas parlamentaristas”, salienta o professor Eduardo Carrion.


Fonte: Correio do Povo, página 3 de 25 de outubro de 2015.




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