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terça-feira, 29 de dezembro de 2015

Morte de Herzog completa 40 anos

Um ato ecumênico na Catedral da Sé, no centro de São Paulo, lembrou os 40 anos do assassinato do jornalista Vladimir Herzog por agentes da repressão durante a ditadura militar. No mesmo local, uma semana após a morte do jornalista, 8 mil pessoas se reuniram para protestar o regime e denunciar o assassinato de Herzog. Era a primeira grande manifestação popular contra a ditadura. O ato de ontem reuniu representantes de várias religiões e ex-presos políticos.
Centenas de pessoas entraram às 14h30min na catedral, no horário em que teria ocorrido o assassinato de Herzog. Funcionário público sem antecedentes criminais, Vlado, como era chamado por amigos, era um dos diretores da TV Cultura. Ele foi acusado de militar no Partido Comunista Brasileiro (PCB), que estava na clandestinidade. Após ser procurado duas vezes por agentes da repressão, Herzog apresentou-se voluntariamente no antigo DOI-Codi, pensando que seria liberado após prestar depoimento. Mas acabou sendo assassinado.
Durante o ato, foram interpretadas músicas como “Para Não Dizer que Não Falei das Flores”, de Geraldo Vandré, e “Calabouço”, de Sérgio Ricardo, que simbolizavam a luta contra a ditadura. Um coral e vozes de 800 cantores participaram da homenagem. O filho de Vlado, Ivo Herzog, chamou a atenção para os crimes contra os direitos humanos que ainda ocorrem no país e criticou a atuação violenta de policiais militares em São Paulo e o arquivamento de processos contra PMs por falta de investigação.


Fonte: Correio do Povo, página 4 de 26 de outubro de 2015.


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