terça-feira, 29 de dezembro de 2015

Morre Lemmy Kilmister, vocalista da banda Motörhead



Parcelas podem ser quitadas, por Taline Oppitz

O bloqueio das contas do governo gaúcho pela União, ontem, dia seguinte ao vencimento da parcela de R$ 265,4 milhões da dívida do Estado referente a agosto, diferentemente do que ocorreu em julho, quando a medida foi colocada em prática apenas dia 11, de fato não muda os planos do Piratini. A segunda parcela dos vencimentos, de R$ 800, está prevista para o dia 11. Até lá ingressão em caixa cerca de R$ 500 milhões, referentes à substituição tributária. ICMS de energia elétrica, combustíveis, telecomunicações e repasses de Fundo de Participação dos Estados e da Lei Kandir. Para quitar a parcela da dívida e honrar o segundo depósito para o funcionalismo são necessários R$ 485,4 milhões. Paralelamente, está sendo articulado no governo acordo para antecipar as votações de propostas polêmicas dos pacotes de ajuste fiscal, como antecipado pela coluna de domingo. Ainda não há definição se integrarão o acordo apenas os projetos de elevação de alíquotas de ICMS, e do Tribunal de Justiça e do próprio Executivo sobre os depósitos judiciais, que chegam hoje ao Legislativo, ou se outras propostas polêmicas, como a de criação da Lei de Responsabilidade Fiscal Estadual e de extinção de fundações. O certo é que, aprovados os projetos dos depósitos, o que deve ocorrer até o dia 15, o Executivo irá utilizar os recursos para quitar os salários atrasados dos servidores.

Veio a calhar

O bloqueio das contas do Piratini na véspera de reunião do governador José Ivo Sartori e dos presidentes da Assembleia, Edson Brum, e do Tribunal de Justiça, desembargador José Aquino Flôres de Camargo, no Supremo, hoje veio a calhar. O episódio será usado como reforço ao apelo pela urgência na análise da ação cautelar para evitar o bloqueio das contas.

Pedido

Em reunião com os líderes da Assembleia, o desembargador Aquino fez pedido para que não seja alterado, por emendas, o projeto que será encaminhado à Casa, em que o Judiciário abre mão de parte dos juros sobre os saques nos depósitos judiciais. A proposta estabelece a transferência de 50% dos valores ao governo, pelo prazo de quatro anos, o que totalizará reforço de pouco mais de R$ 1 bilhão no cofre do Tesouro. No encontro, Aquino afirmou ainda que, apesar da importância do tema, este poderia não ser o melhor momento à análise do projeto que altera a previdência, que consta nos pacotes de ajuste fiscal do executivo. Questionado pelos deputados Juliano Roso e Pedro Ruas, o desembargador afirmou que não vê inconstitucionalidade na PEC, de autoria de Ruas, que prevê a extinção do Tribunal de Justiça Militar, que custa R$ 40 milhões por ano aos cofres públicos. Aquino chegou a citar fato de 2009, quando ajudou a colher assinaturas de parlamentares em favor de PEC de mesmo conteúdo que acabou não avançando no Legislativo.

Levy não dá esperanças ao Estado

Em reunião na Comissão de Finanças da Câmara dos Deputados, bem ao seu estilo, o ministro da Fazenda, Joaquim Levy, acabou com expectativas em relação a auxílio do governo federal ao Estado. Levy criticou ainda os aumentos e comprometimento da receita do Rio Grande do Sul com a folha do funcionalismo e com empréstimos internacionais. Aliados de Sartori já usam a fala do ministro para endossar as críticas à gestão Tarso Genro.

Apartes

Junto com os projetos do Tribunal de Justiça para abrir mão de 50% dos juros sobre os saques dos depósitos judiciais, e do Executivo, de ampliação do limite das retiradas de 85% para 95%, o Palácio Piratini também encaminha hoje à Assembleia Legislativa projeto de redução do enquadramento das RPVs de 40 para sete salários mínimos.





Fonte: Correio do Povo, página 3 de 2 de setembro de 2015.


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