O swap (troca) de moeda entre o Federal Reserve e o Banco Central (BC) foi pleno de efeitos simbólicos para o Brasil. Pelo acordo, o Fed disponibilizou 30 bilhões de dólares para o BC, o qual fez o mesmo para o Fed, por valor equivalente em reais. Pagaremos juros se sacarmos em dólares. A operação é igual às que fizemos com o FMI, quando havia swap de direitos especiais de saque – DES (a moeda do fundo) por moeda nacional.
Há, todavia, três grandes diferenças. Primeira, a operação com o Fundo Monetário Internacional (FMI) acontecia em meio a uma crise cambial. Era preciso sacar imediatamente, os DES. Agora, é preventiva. O BC não vai utilizar os dólares, a não ser que as reservas internacionais se esgotem, o que é pouco provável. Antes, existiam crise externa e queda de fluxos do exterior (como hoje), mas o problema era agravado pelos desequilíbrios internos: inflação alta e déficits excessivos (público e externo). Por isso, nos comprometíamos a reduzi-los, preservar certo nível de reservas internacionais e conter endividamento externo. Era um ajuste necessário.
O FMI fornecia recursos para a travessia de tormenta. Nos prometíamos medidas para adaptar a economia e assim voltar rapidamente à normalidade após a tempestade. O fundo averiguava a cada três meses o cumprimento das promessas. Suas visitas foram demonizadas. O FMI estaria mandando no país (uma tolice).
A terceira diferença é a mais relevante: o wap com o Fed dependem apenas da confiança no Brasil. No comunicado de 29 de outubro, ele diz que as operações visaram a “evitar que se propague a dificuldade de obter recursos em dólares em economias fundamentalmente saudáveis e bem geridas”. Foi um atestado inequívoco de nossa maioridade macroeconômica. Al´me da confiança no Brasil, o swap mostrou que temos importância para a estabilidade mundial. Por que o Fed elegeu apenas dois países da América Latina para fazer a operação, nós e o México? Resposta: porque são os únicos que reúnem dimensão econômica e capacidade de ajustar-se antes que se formem graves desequilíbrios. Colhemos os frutos das mudanças iniciadas no fim do período militar, quando um amplo estudo evidenciou o atraso institucional nas finanças federais e na política monetária.
As medidas então propostas foram adotadas no governo Sarney. Uma revolução. O BC perdeu funções impróprias (como a de financiar a agroindústria) e virou autoridade monetária clássica e crível. Surgiu a Secretaria do Tesouro Nacional para assumir funções que lhe cabiam, mas eram executadas pelo BC e pelo Banco do Brasil. A “conta de movimento” do BB e o Orçamento foram extintos. O poder de autorizar o endividamento público federal passou do Conselho Monetário para o Congresso.
No governo Collor, a abertura da economia se acelerou: no Itamar, veio o Plano Real. O período FHC foi rico em novas mudanças: saneamento do sistema financeiro (Proer), Lei de Responsabilidade Fiscal. Comitê de Políticas Monetária (Copom), Câmbio flutuante, metas de inflação e superávitis primários. A política econômica modernizou-se.
O PT se opôs a tudo isso. Mudar a política econômica em sua obsessão. O título de seu programa de governo nas eleições de 2002 era inequívoco: “A ruptura necessária”. Incorporava erros grosseiros de diagnósticos, dirigismo econômico infantil, reavaliação e revisão da privatização, corte voluntarista nos juros, controle de capitais e denúncia do acordo com o FMI. Propunha até um cartel internacional contra os credores externos. Daí por que os mercados azedaram quando perceberam que Lula poderia ter feito.
Felizmente, Lula manteve e reforçou a política econômica (para horror dos petistas e dos que até hoje professam as mesmas ideias). Fomos salvos pela excepcional instituição do presidente e graças aos conselhos de pessoas sensatas como Antonio Palocci e Henrique Meirelles. O Brasil pode se beneficiar da prosperidade mundial do período 2003-2007. O acúmulo de reservas internacionais permitiu antecipar término do acordo com o FMI, como ocorreu em muitos outros países.
Lula tem reivindicado as glórias dessas realizações. Nunca antes teria havido nada igual. Dá a entender que o pagamento antecipado ao FMI foi um fato isolado e uma decisão pessoal. Coisas da política. Mesmo assim, cabe reconhecer sua origem em jogar no lixo o programa do PT e outras más ideias sobre a política econômica. Sem isso, em vez de swap com o Fed estaríamos nos preparando para pedir ajuda ao FMI. Mudamos de patamar.
Fonte: Revista veja, página 98 de 19 de novembro de 2008.
Mais 300 PMs nas ruas de Porto Alegre
A Brigada Militar lança nesta terça-feira a Operação Força Tática em Porto Alegre. A cerimônia ocorre às 10h30min. O objetivo é reforçar o policiamento ostensivo nos bairros de Porto Alegre. A ação colocará até 300 policiais militares a mais nas ruas. Os PMs oriundos dos batalhões da cidade, receberão hora extra. A exemplo da operação deflagrada na vila Cruzeiro na semana passada, a Força Tática terá como perfil ações rápidas e técnicas, com atuação na prevenção e repressão de delitos a partir dos indicadores estabelecidos pela SSP. “A mobilidade será o mote”, disse o tenente-coronel Mário Ikeda, titular do Comando de Policiamento da Capital (CPC).
As ações, de acordo co Ikeda, contarão com patrulhas motorizadas em locais conflagrados, barreiras e abordagens de pessoas a pé, em veículos e em coletivos. Nos locais conflagrados, o efetivo ficará presente diariamente, com policiais militares especializados. “Estamos levando aos demais bairros da cidade uma operação semelhante a que fizemos na vila Cruzeiro”, disse Ikeda. “Na Força Tática serão até 300 PMs de pelotões especializados, atuando nos bairros da Capital. O policiamento ostensivo diário não terá prejuízo, pois este será mantido pelos batalhões”, ressaltou o comandante do CPC.
Para preservar o sigilo da ação, os locais onde atuarão os brigadianos só serão conhecidos no momento de emprego do efetivo. A intenção é coibir os crimes de roubo e tráfico de drogas.
Fonte: Correio do Povo, página 24 de 6 de outubro de 2015.
Mais de 600 servidores do RS ganham acima do teto
Levantamento do Tribunal de Contas do Estado mostra casos de funcionários recebendo de mais de uma fonte.
Fonte: Correio do Povo, capa da edição de 15 de agosto de 2015.
Mais de 3 milhões em situação irregular
No Brasil, conforme dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), mais de 3,6 milhões de crianças e adolescentes entre 5 e 17 nos estavam em situação de trabalho infantil . Cerca de 89 mil tinham idades entre 5 e 9 anos, 614,8 mil de 10 a 13 anos e 962,8 mil de 14 e 15 anos. Destes, apenas 159,5 mil atuavam com contrato de aprendizagem, autorizado a partir dos 14 anos e com prazo máximo de duração de dois anos.
Fonte: Correio do Povo, página 7 de 31 de agosto de 2015.
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