sexta-feira, 25 de dezembro de 2015

Impunidade em prisões no Brasil

Brasília – A ONU advertiu nesta sexta-feira que no Brasil existe um “alto nível de imunidade” na hora de se investigar casos de tortura no sistema penitenciário, uma prática “estrutural” identificada em visitas a vários estabelecimentos carcerários do país. “Recebemos testemunhos de pessoas que foram interrogadas sob algum método coercitivo e inclusive de tortura”, afirmou o relator especial da ONU sobre a tortura, Juan Méndez.
O representante da ONU viajou quase duas semanas por cinco estados brasileiros e realizou inspeções sem aviso em prisões, delegacias, centros de detenção juvenil e instituições de saúde mental. Nos depoimentos, os detidos relataram “golpes, às vezes com cassetetes, em alguns casos choques elétricos com pistolas Taser e até asfixia, seja com água ou seja com sacos na cabela”, detalhou o relator, que se opôs à proposta para reduzir de 18 para 16 anos a idade da maioridade penal no país. Com mais de 600 mil prisioneiros, o Brasil tem a quarta maior população carcerária do mundo – composta em sua maioria por jovens e afrodescendentes.





Fonte: Correio do Povo, página 7 de 16 de agosto de 2015.

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