Só no Brasil, 26,3 milhões de toneladas de alimentos têm o lixo como destino. Deste total, cerca de 10% se perdem ainda no campo. O maior desperdício, 50%, ocorre no transporte e manuseio. E 10% vão para a lixeira após a chegada do produto ao supermercado, quando ele perde qualidade na prateleira, ou simplesmente, quando comprado em excesso, não é consumido. As centrais de abastecimento espalhadas pelo país ajudam a engordar a conta: mais de 30% das perdas em toda a cadeia alimentar acontecem nesses locais. O projeto de lei em tramitação no Senado tem o objetivo de combater a fome. Opine: bit.ly/1J6R0xo
Emprego formal tem pior julho em 23 anos
País perde meio milhão de postos com carteira assinada desde janeiro
Brasília – O Brasil segue perdendo vagas com carteira assinada. Em julho, as demissões superaram as contratações em 157.905 vagas formais, segundo informações do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) divulgadas ontem. Foi o quarto mês seguido de demissões na economia brasileira. O resultado de julho também foi o pior para o mês desde o início da série histórica, em 1992. No Rio Grande do Sul foram 17.818 vagas fechadas no mês, o pior resultado para o período em 12 anos. Só a região metropolitana de Porto Alegre cortou 6.077 mil empregos formais.
O número veio maior que a média das expectativas dos analistas, de fechamento de 112 mil empregos no país. Em junho tinham sido encerrados 111.199 postos com carteira, assinada. A indústria foi responsável pelo maior corte: 64.312 postos perdidos no período. O setor de serviços, por sua vez, teve o fechamento de 58.010 postos. A construção civil registrou o fechamento de 21.996, enquanto, no comércio, foram 34.545 vagas a menos. A agricultura foi o único setor a contratar no mês, ganhando 24.465 vagas.
O Ministério do Trabalho e Emprego informou que as contratações na agricultura aconteceram por “motivos sazonais” (característicos de determinados períodos do ano). Aqui no RS, a indústria de transformação cortou, sozinha, quase 7 mil vagas. Serviços e comércio do RS perderam, juntos, 9 mil. Com o resultado de julho, o número de trabalhadores com carteira assinada no Brasil recuou. No fim de julho de 2014, 41,49 milhões de pessoas tinham emprego formal no país ante 40,71 milhões no mês anterior.
No acumulado do ano foram fechados 494.386 postos com carteira assinada no país. Foi o pior resultado para o período da série histórica que, neste caso, começa em 2002. Também foi a primeira vez, desde 2002, que o saldo ficou negativo para os sete primeiros meses de um ano. No Estado, quase 30 mil vagas de emprego foram eliminadas em 2015. Segundo previu o ministro do Trabalho, Manoel Dias, o governo espera retomar a criação de vagas no fim do ano.
O fechamento de vagas acontece em meio a um fraco nível de atividade econômica, com a indicação de que o Brasil já estaria em recessão. O cenário é de alta da inflação, endividamento das famílias e ajuste nas contas públicas, caracterizado principalmente pelo aumento de impostos e pelo corte de investimentos.
Fonte: Correio do Povo, página 6 de 22 de agosto de 2015.
Empregado do Brasil, por Rogério Mendelski
No dia 20/12/1962, o marechal João Baptista Mascarenhas de Moraes compareceu à Academia Militar das Agulhas Negras, para entregar a espada de oficial do Exército brasileiro, a seu neto, Roberto. A seguir, a narração do que se passou.
“Após a solenidade, na viagem para o Rio de Janeiro, ele me disse:
- Você escolheu a melhor profissão do mundo.
Eu perguntei: -Por quê?
- Porque o militar das Forças Armadas não tem patrão. O seu patrão é o Brasil. Desta forma, nunca ninguém vai lhe mandar passar no caixa, para acertar as contas. Por isto, você não precisa temer em expressar suas opiniões a seus chefes. Faça-o sempre com lealdade, mesmo que sua opinião seja contrária à do seu chefe. Às vezes, uma opinião que contraria a do chefe vai possibilitar a melhor decisão. Vou lhe contar um fato que ilustra muito bem esta verdade.
No retorno ao Rio de Janeiro, durante a viagem, ele me contou uma bela história.
Getúlio Vargas, aluno da Escola Preparatória do Rio Pardo, após uma punição disciplinar, teve de carregar um saco de areia nas costas durante 100 metros, normal à época. Irritou-se com a ordem do tenente e desligou-se da Escola Preparatória do Rio Pardo.
Cerca de 20 anos mais tarde, Getúlio Vargas era o presidente e ditador. O tenente era coronel. Getúlio, em conversa com o seu ministro da Guerra, em conversa com o seu ministro da Guerra, relata o fato ocorrido, quando cadete da Escola Preparatória do Rio Pardo e pergunta:
- Ele era tenente, hoje deve ser coronel?
O ministro verifica e diz:
- É o coronel Fulano.
Getúlio pergunta:
-Onde ele está servindo?
O ministro responde:
-Em Porto Alegre.
Getúlio manda transferi-lo para Manaus. Passado algum tempo, Getúlio pergunta ao ministro da Guerra:
-O coronel já está em Manaus?
O ministro responde que sim. Getúlio determina que o coronel seja transferido para Mato Grosso. Passado algum tempo, Getúlio manda transferir o coronel para o Rio de Janeiro e determina que o coronel se apresente a ele.
O coronel se apresenta a Getúlio e o presidente diz ao coronel:
-O senhor se lembra de mim?
O coronel responde:
-Não, senhor.
Getúlio diz:
-Eu sou aquele cadete que acabou saindo da Escola Preparatória do Rio Pardo, tendo em vista o castigo físico que o senhor me impôs.
-Presidente, eu apenas apliquei o regulamento.
Getúlio diz:
-Eu mandei transferi-lo para o Norte, Oeste e Leste, para mostrar que hoje eu tenho mais poder sobre o senhor, do que o senhor tinha sobre mim naquela época. Mas não vou mais incomodá-lo. O senhor vai escolher um lugar para servir e eu vou mandar classificá-lo lá.
Ao que o coronel responde:
-Não, presidente. O senhor determina e eu vou se quiser. Tenho 30 anos de serviço e posso pedir transferência para a reserva. Sou empregado do Brasil e não do senhor, presidente.
Getúlio responde:
-Muito bem. Então o senhor vai ser adido militar em Paris.
O coronel responde:
-Sim, senhor, presidente.
Posteriormente, Getúlio promoveu-o a general.
Esta história reflete muito bem a personalidade de Getúlio. Sabia reconhecer os valores.”
A história
O fato acima está narrado no livro “Causos, crônicas e Outras... Historietas Militares”, Editora Casabel, de Carlos Alberto dos Santos, Abel e outros colaboradores. Nas páginas 233 e 234, no volume 10, o “causo' é de autoria de Roberto Silva Mascarenhas de Moraes. Coronel do Exército brasileiro.
O avô
João Batista Mascarenhas de Moraes (São Gabriel, 13 de novembro de 1883 – Rio de Janeiro, 17 de setembro de 1968) foi o comandante da Força Expedicionária Brasileira, na II Guerra Mundial, durante a Campanha da Itália, entre 1944 e 1945. No ano seguinte recebeu a promoção a marechal, por ato do Congresso Nacional. Em São Gabriel (RS), na praça Fernando Abbott, há um monumento em homenagem ao marechal gaúcho, filho daquele município.
Fonte: Correio do Povo, página 6 de 23 de agosto de 2015.
Emprego recua pelo oitavo mês na indústria
Rio – O emprego na indústria caiu pelo 8º mês seguido. Em agosto, o recuo foi de 0,8% ante julho, segundo pesquisa do IBGE divulgada ontem. Em relação a agosto de 2014, a queda é de 6,9%, a maior da série histórica, que teve início em janeiro de 2001. O setor acumula perdas de 5,6% no ano e de 5,1% em 12 meses. Os 18 setores pesquisados registraram queda.
Fonte: Correio do Povo, página 4 de 17 de outubro de 2015.
Empresas de filho de Lula são alvo de buscas da PF
Defesa de empresário diz que nova ação é 'despropositada' e nega relação com objeto da investigação
Na nova fase da Operação Zelotes deflagrada ontem, a Polícia Federal (PF) fez busca e apreensão em um endereço onde funcionam três empresas de Luís Cláudio Lula da Silva, filho do ex-presidente Lula: LFT Marketing Esportivo; Touchdown Promoção de Eventos Esportivos; e Silva Cassaro Corretora de Seguros. Segundo testemunhas, os policiais federais chegaram por volta das 6h ao escritório, localizado na região central de São Paulo, e saíram carregando documentos. Funcionários do edifício, disseram que o filho de Lula não é visto no local há algumas semanas.
A Zelotes investiga fraudes em julgamentos no Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (Carf), ligado ao Ministério da Fazenda . Segundo a PF, a nova etapa da operação investiga um consórcio que, além de manipular julgamentos no Carf, negociava incentivos fiscais a favor de empresas do setor de automóveis. A investigação apontou intima relação entre as três empresas”. O Ministério Público Federal argumenta que as empresas “representam uma única entidade”. “Trata-se de uma unidade empresarial tanto física quanto societária nucleada em Luís Cláudio Lula da Silva”, diz a decisão da juíza federal Célia Regina Orly Bernardes, que autorizou as buscas. Segundo as investigações, a LFT recebeu pagamentos do escritório Marcondes e Mautoni, investigado na Zelotes por atuar de forma supostamente ilegal pela aprovação da MP 471, medida provisória que beneficiou o setor automotivo.
A Zelotes investiga fraudes em julgamento no Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (Carf), ligado ao Ministério da Fazenda. Segundo a PF, a nova etapa da operação investiga um consórcio que, além de manipular julgamentos no Carf, negociava incentivos a favor de empresas do setor de automóveis. A investigação apontou “íntima relação entre as três empresas”. O Ministério Público Federal argumenta que as empresas “representam uma única entidade”. “Trata-se de uma unidade empresarial tanto física quanto societária nucleada em Luís Cláudio Lula da Silva”, diz a decisão da juíza federal Célia Regina Orly Bernardes, que autorizou as buscas. Segundo as investigações, a LFT recebeu pagamentos do escritório Marcondes e Mautoni, investigado na Zelotes por atuar de forma supostamente ilegal pela aprovação da MP 471, medida provisória que beneficiou o setor automotivo.
A PF prendeu ontem seis suspeitos de envolvimento no caso. Entre os detidos estão Alexandre Paes Santos, José Ricardo Silva e o lobista Mauro Marcondes Machado, vice-presidente da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea). Machado é acusado de negociar interesses de montadoras com conselheiros do Carf. Cerca de cem policiais cumpriram 33 mandados judiciais, sendo seis de prisão preventiva, 18 de busca e apreensão e nove de condução coercitiva no Distrito Federal, em São Paulo, Piauí e Maranhão.
Advogado do filho de Lula, Cristiano Martins disse que a nova ação da Zelotes “revela-se despropositada”. Martins nega qualquer relação das duas empresas do cliente que representa com o objeto da investigação. Em nota, o advogado diz que a atividade do cliente é “lícita e fora do âmbito da referida operação”.
Fonte: Correio do Povo, página 3 de 27 de outubro de 2015.
Empreender: valores que edificam
Criar um negócio pode ser uma tarefa fácil aparentemente, mas depende de muitas dedicação e empenho
Assim como uma casa precisa de pilares consistentes para ser forte e resistir às intempéries, uma empresa também necessita de valores sólidos e que proporcionem longevidade e excelência. Um exemplo nesse sentido vem da Elevato, uma empresa que possui 27 anos, tem sete unidades e recentemente lançou a Casa Stilo Elevato, uma casa-modelo, que surgiu com a ideia de oferecer uma opção completa ao consumidor que procura muitas soluções para sua casa ou o seu negócio.
Mesmo em tempo de crise, os negócios prosperam na Elevato. Há quem esteja se perguntando como isso é possível. Ao conversar com o diretor-presidente, Irio Piva, ele vai aos poucos concedendo uma aula de empreendedorismo, de carisma e dedicação. De acordo com ele, uma empresa precisa ter valores e missão claros e bem definidos e esses conceitos devem ser compartilhados e comunicados aos funcionários. Na avaliação de Irio, são fundamentais: simplicidade (jeito particular de atender), relações saudáveis, espírito empreendedor (gerar oportunidades) flexibilidade (negociar com clientes) e sustentabilidade (nesse caso, não só ambiental, mas no sentido mais amplo da palavra e contemplando a autossustentabilidade). O diretor-presidente destaca que, já no processo seletivo, os candidatos que têm esses valores são os mais aptos a conquistarem a vaga, visto que há um fato curioso e que acontece algumas vezes: aqueles que não possuem essas características acabam não permanecendo no quadro corporativo, que soma, em média, 200 funcionários.
Irio lembra ainda que, ao ser selecionado, o futuro colaborador passa um período de 15 dias de treinamento e participa de várias atividades de integração. Para ele, que projeta crescimento de 15% ao noa até 2018 na empresa, ao invés de crise, devemos construir oportunidades.
Fonte: Correio do Povo, caderno Plano de Carreira, página 18 de 6 de outubro de 2015.
Empresários animados
Berlim – A chegada diária de milhares de imigrantes à Alemanha é aplaudida pelas empresas, que podem integrá-los rapidamente a um mercado de trabalho carente de mão de obra – mas a política não caminha tão depressa. “Se conseguirmos integrá-los rapidamente ao mercado de trabalho, ajudaremos só refugiados e nos ajudaremos também”, afirmou há alguns dias o presidente da poderosa federação das indústrias alemãs BDI, Ulrich Grillo.
A Alemanha é o principal destino de milhares de sírios, afegãos e eritreus que chegam à Europa – assim como de kosovares e albaneses que deixam seus países. A maior economia europeia espera cerca de 800 mil novas chegadas este ano. Nem todos podrão ficar, contudo: a maioria dos cidadãos dos Bálcãs terá que deixar o país, já que não estão vindo de uma situação de guerra ou perseguição política.
Mas os mandantes de asilo são considerados cada vez mais um precioso recurso para as empresas que precisam de trabalhadores, em um país que envelhece. Com um desemprego baixo (6,4%), a Alemanha necessita de 140 mil engenheiros, programadores e técnicos, segundo a federação de empresários BDA. O artesanato, a saúde e a hotelaria também buscam avidamente pessoal qualificado, e cerca de 40 mil postos de aprendiz podem ficar livres este ano. O Instituto Prognos prevê uma falta de mão de obra de 1,8 milhão de pessoas em 2020 e de 3,9 milhões em 2040.
Fonte: Correio do Povo, página 6 de 7 de setembro de 2015.
Empreendedor: Sebrae tem receita de sucesso
As mudanças na legislação que incentivam o empreendedorismo e a melhoria da taxa de escolaridade dos empreendedores são considerados os fatores preponderantes para o sucesso dos pequenos negócios, segundo o diretor-superintendente do Sebrae-RS, Derly Fialho. Ele foi o palestrante do Tá na Mesa de ontem, reunião-almoço promovida pela Federasul na Capital.
Conforme Fialho, a época também é de oportunidades. “Pessoas com espírito empreendedor se destacam na crise.” Entre os incentivos para a melhora do empreendedorismo, aponta a Rede Sim, que trouxe a desburocratização na criação de pequenos negócios e a redução da carga tributária, fatores elementares para a evolução da produtividade.
Fonte: Correio do Povo, página 6 de 27 de agosto de 2015.
Enchente: segue drama na zona Sul
Bairro Ipanema e Guarujá voltaram a ter as ruas alagadas depois da chuva de quarta-feira
Ruas do bairro Ipanema e Guarujá voltaram a ficar intransitáveis. Ontem era difícil passar pela orla, submersa em alguns trechos. Parte dos moradores teve que deixar as casas porque a água invadiu os terrenos às margens do Guaíba. O pátio, o banheiro e a cozinha da diarista Sandra Terezinha Pereira da Silva, 47 anos, ficaram alagados. Ela precisa usar um barco para levar comida aos animais que cria nos fundos do imóvel. “estamos dormindo na sala”, disse. Conforme ela, a residência nunca havia ficado nessa situação.
O médico Marco Antônio Cunha, há 20 anos morador do Guarujá, destacou que essa foi a pior cheia já vista por ele na região. Próximo dali, a comerciante Eliane Parisotto, 38, arrumava sacos com material de construção no estabelecimento. “Está tudo erguido”, contou, sobre as mercadorias e equipamentos colocados em prateleiras elevadas. O cálculo do prejuízo foi de 60% neste mês, já que grande parte dos clientes não consegue acessar o mercado. A dona de casa Maria Aparecida Lopes, 47, disse que se mudou para o local há dois anos e está apavorada com os alagamentos, os primeiros que já presenciou.
Vai e vem do alagamento
Os reflexos da intensa chuva na noite de quarta-feira ainda podiam ser vistos em alguns pontos da Capital no início da manhã de ontem. Na zona Norte, um dos pontos críticos era a avenida Voluntários da Pátria, bloqueada abaixo da Ponte d Guaíba devido ao acúmulo de água. Não era possível transitar no sentido Centro-bairro. Os veículos que usavam a via desviavam pelo sentido oposto, também com água, mas sem tanta profundidade. Veículos desistiam de passar e motoristas de ônibus demonstravam cautela.
Na rua João Moreira Maciel, o ponto mais crítico era próximo aos clubes náuticos. Havia trechos alagados também na José Pedro Boéssio, próximo à rua Ernesto Neugebauer, e na rua Polônia. Duas árvores se desprenderam da terra na praça Arco Verde, no bairro Cristo Redentor. A área foi isolada com fita e os vegetais escorados.
Fonte: Correio do Povo, página 12 de 23 de outubro de 2015.
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