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terça-feira, 29 de dezembro de 2015

Governo gasta mais de R$ 14 milhões por ano com servidores cedidos a sindicatos no RS

Valor é mais de duas vezes superior a folha paga pelo Executivo de São Paulo
Nove representantes sindicais gaúchos recebem o teto do funcionalismo estadual: R$ 30.471 mensais | Foto: Vinícius Roratto / CP Memória
Nove representantes sindicais gaúchos recebem o teto do funcionalismo estadual: R$ 30.471 mensais | Foto: Vinícius Roratto / CP Memória
Pelo menos 122 servidores, entre ativos e inativos do funcionalismo estadual, estão cedidos para sindicatos, conforme dados obtidos pela Lei de Acesso a Informação (LAI). Por ano, o Palácio Piratini desembolsa R$ 14,4 milhões para servidores do quadro atuarem em diferentes entidades de classe. O governo estadual contabiliza cerca de 370 mil servidores no quadro, incluindo os que já se aposentaram.

No Rio Grande do Sul, o montante anual pago aos servidores cedidos é quase três vezes maior do que os R$ 6,5 milhões repassados pelo governo de São Paulo, por exemplo. Além disso, o Estado mais populoso do País cede apenas 71 servidores para aturem como agentes sindicais. O Executivo paulista soma mais de um milhão de servidores.

Dados da Lei de Acesso a Informação (LAI) revelam, ainda, que, pelo menos, nove representantes sindicais gaúchos recebem o teto do funcionalismo estadual: R$ 30.471 mensais. Desses, três compõem a direção do Sindicato dos Servidores Públicos da Administração Tributária do Estado do Rio Grande do Sul (Sindifisco-RS).

O levantamento revela, também, que o Cpers-Sindicato concentra o maior número de cedidos: 12. O valor total desses vencimentos, porém, é de R$ 27,3 mil.

Já os servidores cedidos há mais tempo estão em entidades sindicais desde 2005.

Saiba mais

Durante sessão extraordinária, a Assembleia Legislativa pode analisar ainda hoje o PL 507, que muda a lei que dispõe sobre a dispensa de servidores da administração pública para o exercício de mandato eletivo em confederação, federação, sindicato, entidade ou associação de classe.

O secretário da Casa Civil, Marcio Biolchi, salienta que, no funcionalismo federal, a União deixou de arcar esses gastos, que passaram à responsabilidade das entidades de classe. Ele garantiu que não é interesse do Estado se espelhar nesses moldes. Diante da crise financeira, Biolchi sustenta que o custo é alto e que é preciso limitar a quatro o número de servidores para sindicatos e em dois para associações. Hoje, até 10 servidores podem ser cedidos para o movimento sindical.

Rádio Guaíba e Correio do Povo

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