Pela primeira vez na história da democracia espanhola, a disputa pelo Parlamento não estará concentrada nos dois partidos de mais tradição: o Popular (PP), do atual primeiro-ministro, Mariano Rajoy, e o Partido Socialista (PSOE), que esteve à frente do governo anterior e, agora, tem o economista Pedro Sanchez como candidato.
A última pesquisa oficial, feita pelo Centro de Pesquisa Sociológica, apontou o PP à frente, com 28,6% dos votos, seguido dos Socialistas, com 20,8%. Mas outros dois partidos aparecem logo atrás: 19% das intenções de voto ficaram com a legenda liberal, de centro-direita, Ciudadanos, liderada pelo advogado Albert Rivera, e 15,7% apontam para o jovem Podemos, com tendência à esquerda e postura anti-austeridade. O partido, criado há menos de dois anos, tem à frente o professor universitário Pablo Iglesias.
A pesquisa indica ainda que um em cada três eleitores não sabe em quem votar.
Pesquisas encomendadas por diferentes jornais espanhóis e divulgadas na última segunda-feira (14) também mostram o PP na liderança, mas não o suficiente para conseguir maioria no Parlamento.
"Provavelmente, haverá quatro partidos com grande número de assentos e a governabilidade poderá ser bem mais complicada do que foi nos últimos quatro anos", prevê o cientista político José Fernandez Albertos, do Conselho de Pesquisa Espanhol.
O resultado pode ser uma aliança entre diferentes forças políticas. Se isso acontecer, será o primeiro governo de coalizão nacional na história da Espanha. As eleições municipais e regionais, em maio deste ano, já haviam colocado em xeque o bipartidarismo no país, com a ascensão do Ciudadanos e do Podemos. A expectativa é que o mapa político mude também no nível nacional.
Os escândalos de corrupção envolvendo o partido do governo, a economia em crise, que não mostrou sinais consistentes de recuperação após as medidas de austeridade e a alta taxa de desemprego, de 21%, a segunda maior da Europa, atrás apenas da Grécia, fizeram com que os espanhóis olhassem para alternativas.
Criar empregos e apresentar soluções para a economia sem perda de direitos e benefícios sociais para a população serão os principais desafios do próximo governo, que ainda precisará lidar com o movimento pela independência da Catalunha, cada vez mais forte.
Naufrágio deixa dezoito migrantes mortos próximo à costa da Turquia
Da Agência Lusa
Dezoito migrantes morreram afogados nesta madrugada próximo à costa da Turquia. Eles seguiam para a ilha grega de Kalymnos quando a embarcação naufragou no Mar Egeu.
Mais 14 pessoas, de nacionalidades síria, iraquiana e paquistanesa, foram salvas pelos guardas costeiros turcos.
Os sobreviventes foram internados por causa de hipotermia. O estado de saúde deles é considerado grave pelas autoridades de saúde.
Segundo a ONU, desde o início do ano, mais de 650 mil migrantes partiram da Turquia pelo mar para ilhas gregas.
No mesmo período, mais de 500 destes 650 mil, na maioria crianças, morreram, segundo a Organização Internacional para as Migrações (OIM).
Turquia e Bélgica concluíram, no final de novembro, um acordo que prevê uma ajuda europeia de 3 bilhões de euros à Turquia em troca do compromisso de melhorar o controle de fronteiras e de cooperar na luta contra os traficantes de migrantes.
A Turquia acolhe no seu território cerca de 2,2 milhões de refugiados sírios.
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