Um ano e dois meses após proferir a primeira sentença na Operação Lava Jato, o juiz federal Sérgio Moro, da 13ª Vara Federal em Curitiba, contabiliza 57 condenações de pessoas investigadas. A informação consta de um balanço divulgado hoje (7) pela Justiça Federal. Somadas, as penas dos envolvidos no esquema de desvios na Petrobras chegam a 680 anos, oito meses e 25 dias de prisão.
Entre os condenados pelo juiz estão o doleiro Alberto Youssef, os ex-diretores da Petrobras Paulo Roberto Costa, Nestor Cerveró e Renato Duque, além de executivos das maiores empreiteiras do país. A primeira sentença ocorreu em outubro do ano passado, quando foi condenado Carlos Habib Charter, dono de um posto de combustível e de um Lavo Jato em Brasília, que inspirou o nome da operação, e ex-funcionários dele.
Enquanto as condenações passam de cinco dezenas na Justiça Federal em Curitiba, os tribunais superiores ainda não determinaram a abertura de nenhuma ação penal contra investigados com prerrogativa de foro e que só podem ser processados pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ) e pelo Supremo Tribunal Federal (STF).
No STF, 68 pessoas são investigadas na Lava Jato, entre elas 23 deputados federais, 14 senadores, um ministro de Estado e um ministro do Tribunal de Contas da União (TCU). As demais não têm foro por prerrogativa de função, mas são processadas pela Corte por ligações diretas com parlamentares. As primeiras denúncias contra parlamentares chegaram ao Supremo em março deste ano.
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De acordo com levantamento mais recente da Procuradoria-Geral da República (PGR), atualizado no mês passado, foram recuperados para os cofres públicos até o momento R$ 1,8 bilhão. Foram assinados 35 acordos de delação premiada e 116 mandados de prisão foram cumpridos.
As investigações preliminares da Lava Jato começaram em 2009, a partir da apuração do envolvimento do então deputado federal José Janene (PP), que morreu em 2010, com os doleiros Alberto Youssef e Carlos Habib Charter.
Em 2013, a Polícia Federal descobriu quatro organizações criminosas, todas comandadas por doleiros. Com base no monitoramento dos suspeitos, os investigadores chegaram a Paulo Roberto Costa, que recebeu um veículo da marca Land Rover como presente do doleiro Alberto Youssef.
A partir daí, por meio de depoimentos de delação premiada, os investigadores descobriram a participação de dirigentes de empreiteiras, que organizaram um clube para combinar quais empresas participariam das licitações da Petrobras.
Além de Marcelo Odebrecht, presidente da Empreiteira Odebrecht, e de Otávio Azevedo, da Andrade Gutierrez, ainda estão presos o ex-diretor da Área Internacional da Petrobras Nestor Cerveró, o ex-diretor de Serviços Renato Duque e Paulo Roberto Costa, que cumpre prisão domiciliar por ter delatado o esquema de corrupção na estatal.
De acordo com as investigações, o PP, PT e PMDB eram beneficiados com recursos de contratos superfaturados da estatal. Os partidos negam que tenham recebido recursos oriundos de propina.
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