ONDA AZUL EM 2015 NO MUNDO POLÍTICO, LATINO!
1. As principais eleições gerais no mundo latino ocorreram na Argentina, na Venezuela, em Portugal e na Espanha. Em todas elas a vitória coube as forças de centro/centro-direita ou de outra forma às forças políticas liberais e conservadoras.
2. A vitória mais contundente ocorreu na Venezuela para o parlamento/câmara de deputados. A constituição bolivariana imposta por Hugo Chávez deu ao parlamento um enorme poder. Chávez não contava que a oposição pudesse, em algum momento, ter maioria na Assembleia e menos ainda que contasse com maioria de 2/3, como ocorreu na eleição de dezembro.
3. As leis, emendas constitucionais e nomeações aprovadas pela Assembleia dariam legitimidade ao arremedo de democracia implantado por Chávez. E assim, foi levando com o apoio das forças populistas e de esquerda da América Latina, reprimindo, prendendo opositores e cassando mandatos de opositores pela Assembleia. A vitória acachapante da oposição mudou essas regras do jogo. Sem a legitimação pelo legislativo o governo chavista autoritário mostrará as suas entranhas.
4. Na Argentina, mesmo com o uso e abuso dos instrumentos do governo, dos gastos de publicidade, tentando controlar a mídia nacional relevante, manipulando estatísticas e contando com uma surpreendente recuperação da popularidade da presidente Cristina Kirchner, a oposição coligada, liderada por Macri, prefeito de Buenos Aires de centro-direita/liberal, obteve no segundo turno uma vitória mais apertada que as pesquisas indicavam.
5. Mesmo sem maioria no Senado e tendo que negociar maioria na câmara de deputados, os instrumentos de governo dados por um presidencialismo vertical darão a Macri as condições administrativas para governar. O problema estará no confronto político que peronistas de diversas linhagens oferecerão através de sindicatos, associações de distintos tipos e perfis e resistência no Senado a qualquer mudança que exija lei qualificada.
6. Em Portugal, o PSD, partido liberal de centro-direita, depois de medidas econômicas de forte austeridade mensuráveis pela alta taxa de desemprego e de descer vários degraus da impopularidade, recuperou-se junto com a economia e obteve uma surpreendente vitória eleitoral. No entanto, a vitória eleitoral se deu por maioria simples e, após assumir o governo, os socialistas se somaram à esquerda eurocética, formaram nova maioria, derrubaram o gabinete e constituíram um novo governo.
7. O problema será manter a unidade de governo com a necessária continuidade das medidas adotadas pelo PSD. Ou mesmo realizar mudanças drásticas e correr o risco de um retorno à anarquia fiscal e financeira anterior, fragilizando politicamente o governo.
8. Na Espanha ocorreu um processo semelhante. Medidas de forte austeridade com as consequências sociais também mensuráveis pelo forte desemprego, a impopularidade do primeiro ministro do PP atingindo níveis negativos recordes..., a recuperação econômica voltou a dar competitividade ao PP.
9. O PP venceu as eleições gerais de 20 de dezembro com maioria simples. Mas a diferença de Portugal, o bipartidarismo -PP e PSOE- foi desintegrado na Espanha e cresceram duas forças políticas. Uma populista lastreada nas redes sociais -o Podemos- e outra também com este lastro, mas de corte centro-liberal, o Ciudadanos,
10. Na Espanha há uma natural convergência entre PP e Ciudadanos a partir de concessões pelo PP que legitimem a coligação. Mas assim mesmo se chega perto, mas não se alcança a maioria absoluta para sustentar o gabinete. Por outro lado, o PSOE tem enorme dificuldade de fazer uma aliança parlamentar com o Podemos, seja por seu euroceticismo, seja pela defesa da independência da Catalunha e caminho para uma confederação espanhola, que o PSOE não admite.
11. A resistência política estará em Madrid e Barcelona onde coligações em torno do Podemos venceram as eleições locais. Na força de opinião pública desses. E a resistência parlamentar sempre que se exija maioria absoluta para aprovação de leis. O PP terá que desenvolver uma enorme capacidade de gestão política, o que não é o forte do perfil do primeiro ministro Rajoy.
Ex-Blog do Cesar Maia
“REAL-TIME MARKETING”: MÉTODO VALE TAMBÉM PARA O SETOR PÚBLICO!
Trechos da entrevista de Eduardo Simon – DPZ/Taterka - Estado de SP, 28.
1. A grande mudança é que a nossa proposta agora é estabelecer um diálogo entre as marcas e os consumidores. Trouxemos um modelo de real-time marketing em que acompanhamos a reação do consumidor em cada campanha. E cruzamos vários indicadores, como comentários nas redes sociais, no acesso ao SAC, ao site. E, dependendo do que acontecer, podemos mudar toda a campanha considerando esses indicadores.
2. Antes não era assim. O modelo tradicional de comunicação das marcas sempre foi pesquisar uma dinâmica do consumidor, planejar uma campanha, colocar no ar e acabou. Antes o trabalho da agência acabava quando a campanha ficava pronta. Hoje ele começa nessa hora. Não dá mais para esperar 30 dias para entender se uma campanha funciona ou não. As campanhas precisam ser vivas, colocar o dedo no pulso do consumidor e acompanhar tudo em tempo real.
3. Não vamos mais conseguir nos apresentar ao mercado como agência de publicidade, mas omo uma agência de soluções de comunicação. Essas soluções podem ser desenvolver um aplicativo, um produto para o cliente ou uma ferramenta da ROI (retorno sobre o investimento).
4. A criatividade é o começo de tudo. Precisamos de uma fagulha criativa para iniciar um diálogo com o consumidor, mas ele precisa ser amparado por tecnologia. A ideia criativa tem de ser maravilhosa, esse é o DNA da nossa agência, mas hoje ela precisa vir acompanhada de uma eficiência de aplicação. Só a criatividade é pouco para lidar com a dinâmica atual do mercado. Temos de ser criativos, eficientes e usar a ciência. A boa criatividade precisa ser transformada em resultado.
Ex-Blog do Cesar Maia
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