quinta-feira, 12 de novembro de 2015

RESTOS A PAGAR COM DILMA CRESCEM 8,7 VEZES! DÉFICIT PÚBLICO NOMINAL CRESCE QUASE 3 VEZES!

1. Há várias formas de avaliar o descontrole das contas públicas. Uma delas é o aumento dos Restos a Pagar no final de cada ano. Ou seja, as despesas realizadas ou autorizadas e não pagas no ano. Dessa forma, o governo empurra para o ano seguinte as despesas realizadas ou autorizadas e, assim, abre o orçamento, gastando mais do que o orçamento aprovado autoriza.
            
2. Na média entre 2001 e 2006 os Restos a Pagar alcançaram R$ 26,1 bilhões. E foram crescendo. Em 2014 atingiram R$ 219 bilhões e, em 2015, os Restos a Pagar chegarão a R$ 227 bilhões, segundo o TCU. Um crescimento entre a média de 2001-2006 e 2015 de 8,7 vezes. Na média, entre 2001 e 2006 os Restos a Pagar do exercício anterior atingiram 4,56% do Orçamento. Entre 2010 e 2012, avançaram para 9,73% e entre 2013 e 2015 atingiram 11,86% do orçamento. 
           
3. (Folha de SP, 07) 3.1. Uma nova decisão do TCU tornará ainda mais difícil a tarefa de reequilibrar o Orçamento em 2016.  Por determinação do tribunal, o Executivo terá de apresentar um plano para interromper o crescimento contínuo do volume de despesas que são transferidas para os anos seguintes, conhecidas como restos a pagar.  O TCU entendeu que o uso dessa brecha está "desmesurado", o que fere princípios das leis que regulam o orçamento e pode comprometer as finanças públicas. Os governos têm usado esse instrumento para postergar despesas que entram no cálculo do superavit primário (a poupança destinada ao abatimento da dívida pública). 
            
3.2. Isso é usado rotineiramente pelos governos desde a estabilização da moeda. Ao final do ano passado, havia R$ 227 bilhões em restos a pagar acumulados. O montante equivale a 11,5% do Orçamento federal de 2015, excluído os gastos com pagamento de juros. Até 2006, segundo o TCU, as despesas remanescentes de Orçamentos anteriores ficavam entre 3% e 6% do Orçamento do ano seguinte. 
              
4. A outra forma –essa mais explícita- é o aumento do déficit nominal do setor público, ou seja, incluindo os juros como despesa, como fazem os demais países. É isso o que interessa a credores e investidores. Esse rombo cresceu de 3,28% nos últimos dois anos para 9,34% do PIB, ou quase 3 vezes como proporção do PIB. Segundo o FMI, o Brasil só está melhor que Bahrein (déficit de 9,8% do PIB), Antigua (-10,5% do PIB), Algéria (-12,5% do PIB), Brunei (-15,6% do PIB), República do Djibuti (-13% do PIB), Egito (-11,7% do PIB), Guinea Equatorial (-21,4% do PIB), Eritreia (-12,18% do PIB), Guiné (-10,1% do PIB), Iraque (-9,9% do PIB), Líbia (-68% do PIB) e Venezuela (-19,9% do PIB), de acordo com projeções do Fundo Monetário Internacional. 
            
4.1. (Estado de SP, 07) A erosão do resultado primário (economia para pagamento dos juros da dívida pública) nos últimos anos, somada com a alta da taxa de juros e os gastos bilionários do Banco Central com o programa de swap cambial (venda de dólares no mercado futuro), levou a uma explosão do déficit nominal – que significa em quanto as despesas, incluindo gastos com juros, superaram as receitas – do governo. O rombo saiu de 3,28% em 2013 para 9,34% do PIB no acumulado em 12 meses até setembro deste ano, recorde da série histórica.
            
4.2. Obviamente, o ciclo de alta da taxa básica de juros (Selic), que saiu de 7,25% em março de 2013 para o nível atual de 14,25%, colabora para o aumento do déficit nominal. Do déficit de R$ 536,2 bilhões em 12 meses até setembro, a conta de juros responde por R$ 510,6 bilhões. Mesmo assim, especialistas ouvidos pelo Broadcast, da Agência Estado, apontam que o principal motivo para essa deterioração no resultado nominal é a reversão do superávit primário para déficit.

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POLÍTICA NÃO SE FAZ MAIS COM ADIÇÃO DE AÇÚCAR!

(José Roberto de Toledo - Estado de SP, 09) 1. Qual a razão pela qual o jeito tradicional de fazer política está caducando? A geração nascida após1980 e amadurecida no terceiro milênio está provocando um terremoto nos hábitos de consumo. Os primeiros abalos foram sentidos pelos setores de alimentação e de mídia. Junho de 2013 antecipou que os tremores não param aí. O movimento, como de hábito, é do centro para a periferia. Desde o fim dos anos 1990, o consumo de refrigerantes calóricos caiu 25% nos EUA. Até os tradicionais cereais açucarados do café da manhã perderam a graça para o público e amargam perda de um quarto das vendas.
        
2. Os filhos do milênio preferem comida fresca– de preferência preparada em casa, com produtos orgânicos entregues por diversos fornecedores locais. É o que mostrou a pesquisa The millennial impact: Food shopping decisions, divulgada em setembro pela Mintel Group. Mas não só.  Para dificultar as coisas para a indústria alimentícia, a sondagem mostra que a nova geração desconfia duas vezes mais das grandes empresas do setor do que os seus pais e avós (42% a 18%).
       
3. Os “millennials” exigem mais transparência sobre como a comida é produzida e esperam que as marcas se comuniquem diretamente com os consumidores, e sem muito lero-lero. Gigantes da indústria começaram a se mexer. Como sintetizaram os professores Hans Taparia e Pamela Koch em artigo publicado no The New York Times, estão abandonando corantes, aromatizantes e ingredientes cujos nomes cabem melhor em uma bula de remédio. Também reduziram as doses de antibióticos dados às aves que abatem. E, por via das dúvidas, compraram empresas de produtos orgânicos por até quatro vezes seu valor de mercado.
     
4. O jeito de consumir informação dos filhos do milênio também é diferente: nos EUA, 61% dizem que sua principal fonte é o Facebook, contra 39% entre os norte-americanos nascidos no boom demográfico logo após o fim da Segunda Guerra Mundial. Encabeçam a lista de referências informativas da nova geração GoogleNews (33%), YahooNews (27%), YouTube (23%) e Twitter (14%). Embora ainda haja na lista dos “millennials” emissoras locais, globais como CNN e nacionais como ABCNews e FoxNews, o peso da TV no cardápio informativo dos novos consumidores é cadente e bem menor do que para a geração de seus pais.
    
5. Salvo o NewYork Times, raros jornais conseguem alimentar suas receitas com eles. “Ah, mas isso é coisa dos gringos. No Brasil é diferente”. Será? A crise de faturamento publicitário nos meios de comunicação é tão grave aqui quanto lá. Produtos com aparência de mais naturais do que os outros – como sucos detox ou mesmo os de caixinha que se vendem sem conservantes nem adição de açúcar – ampliam sua fatia de mercado. Além de ligada, a geração do milênio é mais globalizada. Absorve tendências mais rápido.
    
6. Nas ruas brasileiras, os filhos do milênio estrearam em 2013.O movimento difuso solapou a popularidade de um governo que se sustentava pelo acesso universal ao consumo. Coincidência? Só para quem acredita em política com adição de açúcar.

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45% DOS ENDIVIDADOS EM CARTÃO DE CRÉDITO GANHAM ATÉ 3 SALÁRIOS MÍNIMOS!
        
(Folha de SP, 11) Quase metade dos brasileiros com dívida no rotativo do cartão de crédito, a linha de financiamento mais cara do sistema financeiro, tem renda mensal de até três salários mínimos (R$ 2.364). O dado faz parte do Relatório de Inclusão Financeira do Banco Central de 2015, que mostra o cenário no fim de 2014. O estudo mostra que 45% dos endividados no rotativo estavam na faixa de até três salário mínimos. A inadimplência nessa faixa chega a 47%, acima da média de 37% entre todos os tomadores desse crédito.

Ex-Blog do Cesar Maia

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