Caros amigos:
Um amigo bem informado que prefere não se identificar comentou comigo, no mesmo dia da prisão do Senador Delcídio, as razões que levaram o filho do Cerveró a gravar a conversa e entregar tudo aos que conduzem a Lava-Jato.
Segundo ele, o menino agiu assim por instrução do próprio Cerveró.
Por que?
Porque entendeu a oferta do Delcídio como sentença de morte.
O petê jamais permitiria que ele fosse para a Espanha, ou qualquer outro refúgio, com tantas informações em seu poder.
O plano era matá-lo logo após a fuga, quando já na clandestinidade.
Afinal, houve vários precedentes, entre os quais o de Celso Daniel.
Segundo a fonte, o Senador não sabia dessa parte do plano, e agia de boa fé na tramóia, se é que esse termo se aplica ao caso. Para Delcídio, a história iria terminar com Cerveró longe do Brasil.
Mas Cerveró não acreditou, embora tenha fingido engolir a coisa.
A promessa de segurança como fugitivo num país europeu, com o qual o Brasil tem esquemas de extradição, taí uma história mal contada.
Se aceitasse e a fuga acontecesse, iria cair nas mãos de gente designada para dar-lhe sumiço definitivo. Afinal, no Brasil circulam milhares de agentes cubanos e de outros países mancomunados com o petê. Para essa gente, desaparecer com Cerveró seria serviço dos mais fáceis.
Por isso, entendeu imediatamente a real intenção do petê.
Nada poderia protegê-lo, porque não é "companhero", como acontece com Dirceu, Vaccari, Delúbio e outros. E quem entra no esquema sem ser "companhero", é peça descartável. Era esse o caso de Celso Daniel, que, embora fosse membro do partido, não tinha as mesmas raízes dos outros, estava ali por conveniência eleitoral. Pretendia usar o petê para seus propósitos, coitado. Mas logo percebeu que o petê sabia disso e fazia o contrário: usava-o como fachada na roubalheira em Santo André, com o propósito de descartá-lo quando perdesse a utilidade.
Por isso, para salvar a si e à sua família, denunciou a trama e refugiou-se no único abrigo seguro que lhe resta (por enquanto): a Justiça Federal do Paraná e a turma de policiais e procuradores que a apóiam.
Essa é uma das poucas razões que me levam a admirar o PMDB. Não por suas virtudes, mas por sua maldade. Admiro-os como se admira, por exemplo, uma cascavel ou uma urutu. (Pois até o Exército não as admirava, quando batizou os blindados da ENGESA?) Percebam que o PMDB é a única agremiação onde o petê nunca levou vantagem. O PMDB é que engana, dribla e se aproveita do petê. Sem dó. E só não descarta Inácio e sua quadrilha porque ainda tem o que ganhar nesse relacionamento.
Cá entre nós: nem Holywood poderia inventar filme melhor.
Um abraço
AC Portinari Greggio
Brasilia, DF
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