quarta-feira, 18 de novembro de 2015

NOTAS SOBRE O QUE PODERÁ VIR APÓS OS ATOS DE TERRORISMO EM PARIS!

1. A direita avançará ainda mais na Europa. E a direita xenófoba em especial. E a adesão jovem crescerá, pois os alvos foram pontos de encontro de jovens e estes as maiores vítimas, repetindo casos anteriores em outros países
                    
2. Terminará a flexibilidade com a entrada dos refugiados vindos do Oriente Médio e África do Norte; depois que se identificou como refugiado, pelo menos um deles nos atos de terror de Paris, a identificação incluirá os antecedentes. É o que o presidente Hollande chamou eufemisticamente de “controle das fronteiras”. 
                    
3. A reação da França, Estados Unidos e Reino Unido passará de combate ao terror para um estado de Guerra aberta, como disse Hollande e ratificou Obama, com mobilização das Forças Armadas.
                    
4. A eleição interna da União (UMP), agora chamada de Republicanos, a ser realizada nas próximas semanas, e que Jupée liderava com boa margem, agora Sarkozy poderá vencer. 
                    
5. O Estado Islâmico –enquanto controle territorial- tende a ser destruído, mas seus militantes em fuga se espalharão. 
                    
6. Nos Jogos Olímpicos de 2016, no Rio, o sistema de segurança antiterror das delegações dos Estados Unidos, França, Espanha, Reino Unido, Israel, Turquia –pelo menos- será muito reforçado. Fronteiras, aeroportos e portos brasileiros passam a ter –desde já- fiscalização reforçada.
                    
7. O presidente Hollande passará a contar os dias para sua sucessão. A direita de Marine Le Pen vai tirar o PS do segundo turno.  
                    
8. A previsão do ministério do Interior da França, em função dos casos gravíssimos de vítimas do terror, é que passará das 191 vítimas fatais do terror no metrô de Madrid e se torna o mais mortal dos últimos atentados na Europa. 22 de julho de 2011 - NORUEGA: 69 pessoas, em sua maioria adolescentes. / 7 de julho de 2005 - GRÃ-BRETANHA: quatro atentados suicidas, 56 mortos. / 11 de março de 2004 - ESPANHA: 191 mortos no metrô.
                    
9. Só na última semana foram 3 os atentados atribuídos ao EI: Beirute, 41 mortos; avião russo no Sinai, 220 mortos; e agora Paris.

                                                    * * *

POR QUE OS ATENTADOS VISARAM A FRANÇA E NÃO OUTROS PAÍSES QUE LUTAM CONTRA O EI?
   
(Bertrand Badie, cientista político e diretor da pós-graduação em relações internacionais do Instituto de Estudos Políticos de Paris, a Sciences Po, francês, em entrevista à Folha de SP, 16) 

1. Porque a França tem uma política internacional muito mais favorável à intervenção exterior, particularmente no Oriente Médio, que os outros países ocidentais. Todo mundo sabe das reservas de Barack Obama, que ficou um pouco sem opção quanto a se engajar nessa ação por causa da execução terrível do jornalista americano James Foley [decapitado pelo EI em 2014].  
  
2. A maioria da Europa, que, como a Alemanha, é não intervencionista, fica bem menos exposta que a França. O governo francês escolheu, paradoxalmente, intervir contra o regime do sírio Bashar al-Assad, em agosto de 2013, mas não foi seguido por ninguém [e desistiu], e depois contra o Estado Islâmico, em 2014. 
   
3. Recentemente, ainda deu um passo além, deixando de atuar só no Iraque para agir sobre o território sírio. Tudo isso mostra um nível de intervenção muito maior.

                                                    * * *
 
PT: OS PIORES VÍCIOS DO COMUNISMO HISTÓRICO!
          
(Luiz Sérgio Henriques, um dos organizadores das obras de Gramsci no Brasil - Estado de SP, 15) 1. É possível que parte considerável das dificuldades do petismo no poder consista na manutenção puramente exterior de alguns dos piores vícios do comunismo histórico, como o centralismo, o culto à personalidade e a pretensão de ser superior às degenerações “burguesas”, como se isso garantisse, a priori, a correção de comportamentos individuais e políticas públicas. 
        
2. E como se os críticos, sejam quais forem suas motivações e orientações de valor, devessem ser confinados no perímetro de uma odiosa “direita”, à qual no fundo não se reconhece legitimidade por estar na condição de “inimigo total”. É o que nos volta a ensinar, como num manual, o bolivarianismo da vizinhança. Nossa esquerda, em algum momento, renunciará a esse legado?

Ex-Blog do Cesar Maia

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