Embora tenha sido recebida com alívio no governo, a renovação da concessão da CEEE Distribuidora, publicada ontem no Diário Oficial da União, segue representando um grande desafio. Desde 7 de julho, quando venceu o contrato anterior, a empresa estava pendurada por um fio de incerteza e cercada de insegurança jurídica. Ontem, a situação se estabilizou com a publicação do decreto confirmando a renovação, mas ainda há um longo caminho para garantir a sobrevivência da empresa.
Presidente da companhia, Paulo de Tarso Pinheiro Machado já mediu a voltagem do problema. Afirma que a contrapartida da renovação é a “readequação estrutural da empresa”. E não é uma bomba que pode explodir no colo do próximo governo: caso a empresa descumpra por dois anos seguidos os critérios de eficiência operacional – menor quantidade e menor duração dos cortes no abastecimento – e sustentabilidade econômica e financeira, ainda pode perder a concessão. Hoje, os passivos superam os ativos, ou seja, a empresa está na antessala da falência. O prejuízo acumulado entre 2010 e 2014 soma R$ 1,39 bilhão.
Pinheiro Machado tem um plano, construído com a atual diretoria da empresa, que passa por venda de ativos e enxugamento de pessoal. Pronto há meses, o projeto não avança, cercado pela hesitação do governo e pela resistência da corporação. Mas é de sua adoção que ainda depende a sobrevivência da companhia.
Fonte: Zero Hora, coluna de Marta Sfredo, página 24 de 12 de novembro de 2015.
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