Diretamente
ligada ao deserto está a figura do beduíno, o árabe nômade, que
perambula de um lado para o outro, vendendo os seus produtos. Embora
o árabe possa ser classificado como o homem da cidade, camponês e
beduíno, é este último, sem dúvida, que tem uma presença mais
marcante na história daquele povo. Até porque, segundo a crença
dos próprios beduínos, “o povo do deserto está mais perto de
Deus do que as pessoas estabelecidas”. É justamente através das
lutas desse povo nômade que é traçada a história da Arábia, que
nada mais é do que uma disputa de feudos.
Divididos em tribos, clãs, linhagens
e acampamentos, os árabes constantemente lutavam entre si,
governados pelas nobres regras do combate por um calendário lunar
que estabelecia oito meses para hostilidades e quatro para a paz.
Os ataques incessantes eram parte
guerra, parte esporte. A guerra não chegava a ter dimensão
política. Lutava-se por qualquer coisa. Seja pela manutenção de um
poço de água em sua parte qualquer do deserto, seja pela disputa de
alguma mercadoria. Uma das características do mundo árabe é a
mudança constante de aliados e de inimigos. Unem-se diante de uma
ameaça comum, mas assim esta passa voltam a separar-se. Há
inclusive um ditado diz mais ou menos assim: “eu sou contra o meu
irmão. Mas eu e o meu irmão somos contra o nosso primo. Eu, meu
irmão e nosso primo somos contra o estrangeiro”.
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