Ex-presidente do Banco Central, que seria o candidato e Lula para tirar o país da crise, afirmou que só acerto nas contas vai gerar crescimento
Citado como possível substituto de Joaquim Levy na Fazenda, Henrique Meirelles demonstra ter uma receita semelhante à do atual ministro, atacado por petistas e parte dos governistas. Para ele, a crise atual deve ser enfrentada com ajuste fiscal completo.
Presidente do Banco Central no governo Lula, Meirelles é hoje líder do conselho de administração do grupo J&F. Nos últimos dias, diante das pressões contra Levy, seu nome tem circulado nos meios políticos e econômicos. Seria o nome preferido do ex-presidente Lula para a Fazenda. A presidente Dilma Rousseff, por outro lado, tem negado os rumores de saída do titular, que assumiu o cargo no início do ano.
Durante participação no Encontro Nacional da Indústria, em Brasília, Meirelles negou ter recebido “convite concreto” para a Esplanada. Na palestra, disse que o Brasil pode ter um crescimento anual médio de apenas 1,2% na próxima década se não houver ajustes. Ele citou três cenários. Com um ajuste fiscal, a média de crescimento pode aumentar ara 3%. Se houver reformas, além de ajuste, a expansão anual na próxima década poderia alcançar 4%. “Já tivemos isso. Não é inviável ou impossível para o Brasil”, afirmou ressaltando que, mesmo com a gravidade dos problemas, a economia está muito mais forte do que nas últimas décadas.
No encontro, Meirelles se encontrou com Levy. O titular da Fazenda disse concordar com as ideias do ex-presidente do BC. Levy afirmou que existem condições políticas para fazer as reformas necessárias para o país voltar a crescer. O ministro reforçou que tem convicção da retomada do crescimento após a aprovação das medidas fiscais no Congresso e destacou ainda que o governo tem feito mudanças difíceis e que a Dilma paga o “preço político”.
“Na hora de decidir, o empresário é racional e exige previsibilidade. Devemos olhar além das dificuldades de curto prazo. A questão fiscal tem de ser equalizada. A trajetória da dívida vai cair no futuro. O importante é termos uma visão de futuro.”
Henrique Meirelles
“O governo tem feito mudanças importantes e difíceis e são mudanças que a presidente assumiu e está pagando um preço difícil para que a gente possa estar vencendo o curto prazo. O Brasil tem condição política de fazer reformas necessárias e se colocar em um novo patamar”.
Joaquim Levy
Ministro da Fazenda
Fonte: Zero Hora, página 16 de 12 de novembro de 2015.
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