Político
americano. Presidente dos EUA em 1861, reeleito em 1864, um dos
inspiradores da democracia moderna. Assassinado por um escravista.
Lembrado
como presidente que emancipou os escravos de seu país, Lincoln é
considerado um dos inspiradores da moderna democracia e uma das
maiores figuras da história americana.
Abraham
Lincoln nasceu em Hodgenville, Kentucky, em 12 de fevereiro de 1809.
Filho de lavradores, desde cedo teve de trabalhar arduamente. Aos
sete anos foi para Indiana com a família, em busca de melhor
situação econômica. Pouco depois perdeu a mãe, e o pai casou-se
outra vez. Devido à dificuldade de encontrar uma escola no novo
domicílio e desejoso de progredir, o jovem Lincoln pedia livros a
amigos e vizinhos para ler depois das tarefas diárias. Empregou-se
numa serraria e mais tarde em barcos dos rios Ohio e Mississipi. Em
1836, aprovado em exames de direito, tornou-se um advogado muito
popular. No ano seguinte, sua família mudou-se para Springfield,
Illinois, onde Lincoln encontrou melhores oportunidades
profissionais. Casou-se em 1842 com Mary Todd, mulher inteligente e
ambiciosa. Início político. Filiado ao partido whig (conservador),
Lincoln, entre 1834 e 1840, havia se elegido quatro vezes para a
assembleia estadual, onde defendera um grande projeto para a
construção de ferrovias, rodovias e canais. Nessa época, sua
atitude diante do abolicionismo era conservada. Embora considerasse a
escravatura uma injustiça social, temia que a abolição
dificultasse a administração do país. Entre 1847 e 1849, foi
representante de Illinois no Congresso, onde propôs a emancipação
gradativa para os escravos, tese que desagradou tanto aos
abolicionistas quanto aos escravistas. Mais decisiva foi sua oposição
à guerra no México, que o fez perder muitos votos. Sem conseguir se
reeleger, afastou-se da política durante cinco anos.
Presidência
A
guerra contra o México ampliara o território da União e não era
possível prever se a população das novas terras se declararia a
favor da escravidão. Instalou-se uma grande polêmica nacional.
Lincoln assumiu atitude antiescravagista e transformou-se no paladino
dessa tendência após o debate que travou com o senador democrata
Stephen Douglas. Em 1858 candidato ao Senado pelo novo Partido
Republicano, perdeu as eleições para Douglas, mas tornou-se líder
dos republicanos. Em 1860, disputou o pleito para a presidência da
república e elegeu-se o 16º presidente dos Estados Unidos.
Guerra
de Secessão
Ao
iniciar seu governo, em 4 de março de 1861, Lincoln teve de
enfrentar o separatismo de sete estados escravistas do sul, que
formaram os Estados Confederados da América. O presidente foi firme
e prudente: não reconheceu a secessão, ratificou a soberania
nacional sobre os estados rebeldes e convidou-os à conciliação,
assegurando-lhes que nunca partiria dele a iniciativa da guerra. Os
confederados, porém, tomaram o forte Sumter, na Virgínia Ocidental.
Lincoln encontrou o governo sem recursos, sem exército e com uma
opinião pública que lhe era favorável somente em reduzida escala.
Com vontade férrea, profunda fé religiosa e confiança no povo,
iniciou uma luta que primeiramente lhe foi adversa. Só conseguiu
armar sete mil soldados, com os quais começou a guerra. Num só ano,
decuplicou o Exército, organizou a Marinha e obteve recursos. Os
confederados haviam consolidado sua situação, com a adesão de mais
quatro estados aos sete sublevados. Em meados de 1863 chegaram à
Pensilvânia e ameaçaram Washington. Foi nesse grave momento que se
travou, em 3 de julho de 1863, a batalha de Gettysburg, vencida pelas
forças do norte. Lincoln, que decretara a emancipação dos escravos
e tomara outras providências liberais, pronunciou, meses depois, ao
inaugurar o cemitério nacional de Gettysburg, o célebre discurso em
que definiu o significado democrático do governo do povo, pelo povo
e para o povo, e que alcançou repercussão mundial. A guerra
continuou ainda por dois anos, favorável à União. Lincoln foi
reeleito presidente em 1864. Em 9 de abril de 1865, os confederados
renderam-se em Appomattox. Embora considerado conservador ou
reformista moderado no início da presidência, as últimas
proposições de Lincoln foram avançadas. Preparava um programa de
educação dos escravos libertados e chegou a sugerir que fosse
concedido, de imediato, o direito de voto a uma parcela de
ex-escravos. Inclinou-se também à exigência dos radicais por uma
ocupação militar provisória de alguns estados sulistas, para
implantar uma política de reestruturação agrária.
Em
14 de abril de 1865, Lincoln assistia a um espetáculo no Teatro
Ford, em Washington, quando foi atingido na nuca por um tiro de
pistola desferido por um escravista intransigente, o ex-ator John
Wilkes Booth. Transportado para uma casa vizinha, Lincoln morreu na
manhã do dia seguinte.
Nenhum comentário:
Postar um comentário