Ex-chefe de gabinete de Lula e Dilma nega 'venda' de MPs para beneficiar setor automotivo
Relatório enviado pela Receita Federal ao Ministério Público Federal (MPF) pede a quebra de sigilo fiscal de Gilberto Carvalho, ex-chefe de gabinete do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, e três de seus filhos, Gabriel, Myriam e Samuel e das empresas LFT Marketing Esportivo e Touchdown Promoção de Eventos Esportivos, ambas de Luís Cláudio da Silva, filho de Lula. Além da quebra de sigilo de Carvalho como pessoa física, a Receita solicitou ao MPF que as mesmas medidas sejam adotadas em relação ao restaurante Sanfelice Comércio de Massa Artesanal, em nome de Myriam, filha de Carvalho.
A recomendação é que as quebras de sigilo sejam feitos entre 2008 e 2015, durante todo o período de funcionamento das empresas. Ambas foram abertas em 2011. As solicitações, da área de inteligência da Receita, foram encaminhados aos procuradores da República que atuam na Operação Zelotes. Cabe a eles enviar os pedidos à Justiça Federal.
A empresa do filho de Lula entrou no foco das investigações após a descoberta de que recebeu de Marcondes & Mautoni Empreendimentos, empresas de lobby contratada por montadoras de veículos para, supostamente, “comprar” medidas provisórias (MPs) nos governos de Lula e de Dilma. A quebra de sigilo da Marcondes revelou a transferência de ao menos R$ 1,5 milhão para a LFT em 2014. A defesa de Luís Cláudio nega irregularidades nos contratos. Segundo o relatório da investigação, a LFT não tem funcionário, não fez pagamento de salários ou recolheu contribuição previdenciária de empregados.
Em nota divulgada ontem, Carvalho diz que suspeitas são levianas e questiona: “quem vai lavar a honra de meus filhos enxovalhada por tal irresponsabilidade?”. Ele nega a venda de MPs. “Recebi o senhor Mauro Marcondes, na condição de vice-presidente da Anfavea, que estava em busca de audiência com o presidente Lula (…) Nunca o encontrei fora do meu gabinete. Nunca tratei com ele do mérito da MP 471, ou da MP 512 (…) Jamais o gabinete do presidente Lula teve em qualquer momento participação em negociatas desta natureza.”
Fonte: Correio do Povo, página 4 de 29 de outubro de 2015.
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