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segunda-feira, 26 de outubro de 2015

Argentina: decisão pode ir para 2º turno

Buenos Aires – Os argentinos votaram neste domingo por uma nova era em política, sem um Kirchner no poder. Os três principais candidatos à Presidência, o governista Daniel Scioli e os opositores Maurício Macri e Sergio Massa, foram às urnas logo cedo. Scioli é o grande favorito. Ex-campeão mundial de motonáutica, que teve o braço direito amputado após uma competição, ele tem uma vantagem de cerca de dez pontos à frente de Mauricio Macri, o prefeito conservador de Buenos Aires. A incógnita das eleições, das quais participaram cerca de 32 milhões de eleitores, é se Scioli conseguirá somar os votos necessários para evitar o segundo turno. Caso não consiga, um novo pleito será realizado em 22 de novembro.
O dia de votação começou às 9h (de Brasília) e terminou às 19h. Por volta da meia-noite deveriam começar a ser divulgados os primeiros números.


Eleição marcada pela tranquilidade


JURANDIR SOARES


Buenos Aires – A Justiça Eleitoral argentina tomou todas as providências para que estas eleições transcorressem de maneira tranquila. Especialmente, porque na eleição anterior houve fontes de denúncias de fraude em Tucumán. Em primeiro lugar, houve um intenso treinamento para o pessoal que atuou nas mesas de votação, o qual recebeu a incumbência de não só receber os votos, mas também de proceder a contagem. A urna eletrônica brasileira não fez escola no país vizinho. O voto continua sendo em papel. Uma cédula tinha os nomes dos seis candidatos à Presidência. Finalizada a votação e feita a contagem de votos e lavrada e ata, a urna era encaminhada através de veículos, com GPS ou com a presença de fiscais, para uma central de contagem. A partir daí que entrava a era digital. Os dados eram enviados, via Internet, para um centro de computação, o qual ficava com a atribuição de fornecer o resultado final.
Essa tranquilidade no processo eleitoral foi antecedida de uma tranquilidade na campanha eleitoral. Os candidatos fizeram um acordo para não haver acusações nem denúncias de um para outro. Houve um único debate ao qual não compareceu o candidato governista Daniel Scioli. Houve acordo também para que esperassem números concretos da votação para anunciar vitória. O reflexo de tudo isso se viu nas ruas. Caminhando por Buenos aires nos dias que antecederam a eleição e mesmo no domingo não se percebia, salvo uns poucos painéis, que o país estava realizando um processo democrático tão importante. Afinal, os argentinos estavam elegendo presidente e vice-presidente da República, governadores provinciais, intendentes municipais, 24 senadores, 140 deputados federais e mais 19 representantes para o Parlamento do Mercosul.
Com relação à votação para a Presidência não havia dúvida sobre quem seriam os três primeiros. A expectativa ficava por conta do percentual de votos, pois não se sabia se Daniel Scioli, o candidato governista, alcançaria os 40% dos votos, o que lhe daria a vitória no primeiro turno, pois um segundo turno significa uma eleição completamente diferente, tendo em vista a já anunciada união entre Mauricio Macri e Sergio Massa.



Fonte: Correio do Povo, página 8 de 26 de outubro de 2015. 

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