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sexta-feira, 30 de outubro de 2015

Apreensão de carteira sobe 463% no RS

Foram quase 20 mil processos de cassação em três anos. Só em 2015 foram abertos 4,7 mil processos


O número de processos de suspensão do direito de dirigir instaurados pelo Departamento Estadual de Trânsito do Rio Grande do Sul (Detran/RS) atingiu um recorde histórico: de 2008 a setembro de 2015, houve acréscimo de 462% no Estado. Só nos primeiros nove meses do ano, já ultrapassa em 40% o número de processos abertos em todo o ano passado.
O combate à impunidade é apontado como um dos elementos que contribuíram para reduzir em 12% o número de mortes e em 15% o de acidentes fatais no RS em 2015, ante igual período do ano passado.
De janeiro a setembro de 2015 foram 43,5 mil processos de suspensão instaurados contra condutores gaúchos. A maioria deles é de motoristas que ultrapassaram os 20 pontos na Carteira de Habilitação (CNH) por infrações diversas (38%) ou foram flagrados dirigindo sob efeito do álcool (34%). Outros 26% foram processos de infratores que excederam a velocidade acima de 50% da máxima permitida e 1% que foram flagrados participando de rachas.
Desde 2013, o Detran/RS vem aplicando o processo de cassação do direito de dirigir, que deixa o condutor inabilitado por dois anos. Foram quase 20 mil processos de cassação nesses três anos. Só em 2015 foram abertos 4,7 mil processos: 4,2 mil por dirigir suspenso e 495 por reincidência, em 12 meses, nas infrações previstas no Código de Trânsito Brasileiro.
O aumento do número de processos instaurados pelo Detran/RS se deve a uma melhor estruturação da Autarquia, mas também responde à intensificação da fiscalização, que resultou em mais autuações nos últimos anos. Em 2015, foram 22,5% a mais que no ano passado (analisando o período de janeiro a setembro). Somente nesses primeiros nove meses do ano, 2,5 milhões de infrações foram registradas, sendo 1,3 milhão por excesso de velocidade. O total de infrações registradas pelos órgãos de fiscalização do Rio Grande do Sul mais que dobrou nos últimos oito anos.


Conferência vai debater trânsito


O Rio Grande do Sul irá receber, no ano que vem, a “T2016”: 21ª Conferência do Conselho Internacional sobre Álcool, Drogas e Segurança no Trânsito. Esta é a primeira vez que o International Council on Alcohol, Drugs and Traffic Safety (Icadts) realiza o evento em um país em desenvolvimento. O debate será entre os dias 16 e 19 de outubro de 2016, em Gramado. O T2016 trará os maiores especialistas em trânsito, drogas e álcool do Brasil e do mundo para discutir soluções, metodologias, leis e tratamentos que se relacionem aos três assuntos.
O diretor do Centro de Pesquisa em Álcool e Drogas do Hospital de Clínicas de Porto Alegre, Flávio Pechansky, diz que o congresso vai discutir tecnologias para evitar que motoristas alcoolizados ou sob efeitos de drogas dirijam. Já o diretor-geral do Detran/RS, Ildo Mário Szinvelski, destaca as ações desenvolvidas pela autarquia. “O Detran faz ações de controle de álcool e drogadição ao volante. Temos a Balada Segura e a Viagem Segura, dois programas de fiscalização e orientação no trânsito”, explicou.


Em busca de segurança


Com uma redução de 15% no número de acidentes fatais e 12% no número de mortes no trânsito em 2015, o Rio Grande do Sul está encaminhando em direção à meta da Década de Ação pela Segurança no Trânsito proposta pela ONU, que objetiva reduzir em 50% as vítimas no trânsito até 2020. Os dados são do relatório parcial do Detran/RS sobre a acidentalidade no Estado, com dados de acidentes com morte de janeiro a setembro.
A redução das mortes e acidentes fatais ante igual período do ano passado impacta a curva da acidentalidade fatal no Estado em direção à meta da Década. Para chegar à metade das 3.224 mortes projetadas para 2020, o Estado deve trabalhar para reduzir o número de vítimas 3,1% ao ano, em média. A redução atual, se mantida até o final do ano, colocará o Rio Grande do Sul em melhor posição com relação à meta.
Embora o número de mortes seja o menor desde 2008, neste ano o trânsito gaúcho teve 1.334 vítimas fatais. No mesmo período de 2014, foram 1.530 mortes. Os acidentes com mortes, que pode ser mais importante do que o número de vítimas fatais para embasar as ações de combate à violência no trânsito, é o menor período analisado (2007 a 2015). Foram 1.176 acidentes com vítimas fatais este ano, contra 1.387 no mesmo período do ano passado.
Relatório da Organização Mundial de Saúde mostra que países com maior redução de mortes no trânsito obtiveram o resultado melhorando a legislação, a fiscalização e fazendo estradas e veículos mais seguros.


Fonte: Correio do Povo, página 16 de 30 de outubro de 2015.


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