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quinta-feira, 10 de setembro de 2015

Zelotes: reunião no RS vai detalhar fraude

Operação do MPF rastreia esquema de corrupção que chegaria a R$ 19 bi

A Operação Zelotes, que investiga fraudes no Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (Carf) da Receita Federal, será discutida na próxima semana em uma audiência pública no Rio Grande do Sul. Promovida pela Frente Parlamentar em Defesa do Serviço Público da Assembleia Legislativa, a audiência acontecerá na segunda-feira, no Plenarinho da Casa. Durante os debates serão detalhados dados das investigações.

A audiência em solo gaúcho acontecerá no momento em que são aguardadas as primeiras denúncias da operação. Na semana passada, em entrevista ao programa “Agora”, da Rádio Guaíba, o procurador do Ministério Público Federal (MPF) Frederico Paiva, que está `frente das investigações, informou que seis empresas devem ser denunciadas ainda neste mês de setembro por crime de sonegação de impostos e corrupção no Carf. Nessa primeira leva, conforme o procurador, já deve constar uma empresa gaúcha. Entre os grupos gaúchos investigados na operação estão Gerdau, RBS, Mundial-Eberle e Marcopolo.

Na semana passada, Polícia Federal, Ministério Público e Corregedoria do Ministério da Fazenda e da Receita Federal realizaram busca e apreensão de documentos na RS, em São Paulo e no Distrito Federal. Escritórios de contabilidade na cidade de Santo Ângelo estavam entre os locais onde ocorreram as buscas.

A Zelotes, deflagrada pela Polícia Federal em março deste ano, investiga um dos maiores esquemas de sonegação fiscal já descobertos no Brasil. As investigações são sobre a atuação de quadrilhas junto ao Carf, revertendo ou anulando multas. O colegiado tem R$ 516 bilhões em processos para julgamento. Estão sendo analisados 74 julgamentos do conselho realizados entre 2005 e 2013, nos quais, R$ 19,6 bilhões teriam deixado de ser recolhidos aos cofres públicos. Segundo informou o procurador, dos 70 processos sob suspeita, em pelo menos 20 o MPF conseguirá comprovar de maneira sólida que houve atos ilícitos. Este volume representa cerca de R$ 6 bilhões.

Fonte: Correio do Povo, página 4 de 10 de setembro de 2015.

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