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sexta-feira, 18 de setembro de 2015

Uso de extintor deixa de ser obrigatório

Contran decidiu que veículos de passeio não precisam mais ter equipamento


O uso do extintor de incêndio em automóveis passa a ser optativo no Brasil. Essa decisão foi tomada por unanimidade pelos membros do Conselho Nacional de Trânsito (Contran) durante reunião, ontem. A mudança na legislação ocorre após 90 dias de avaliação técnica e consulta aos setores envolvidos e torna facultativo o uso, também em utilitários, camionetas, caminhonetes e triciclos de cabine fechada.
O equipamento será obrigatório aos veículos utilizados comercialmente para transporte de passageiros, caminhões, caminhão-trator, micro-ônibus, ônibus e destinados ao transporte de produtos inflamáveis, líquidos e gasosos. A obrigatoriedade foi estabelecida em 1968 e passou a vigorar em 1970.
O presidente do Contran e diretor do Departamento de Trânsito (Denatran), Alberto Angedami, explicou que a prorrogação da data de obrigatoriedade do extintor ABC para 1º de outubro teve como objetivo dar tempo para reuniões com representantes dos fabricantes de extintores, Corpo de Bombeiros e da indústria automobilística.
Dos fabricantes, o Denatran ouviu que era necessário um prazo maior, de três a quatro anos, para atender à demanda. Porém, segundo Angerami, essa justificativa estava sendo dada pelas indústrias havia 11 anos.
A Associação Brasileira de Engenharia Automotiva informou que, dos 2 milhões de sinistros em veículos cobertos por seguros, 800 tiveram incêndio como causa. Desse total, apenas 24 informaram que usaram o extintor, equivalente a 3%.
Estudos e pesquisas do Denatran constataram que as inovações tecnológicas introduzidas nos veículos resultaram em maior segurança contra incêndio. Entre as quais, o corte automático de combustível em caso de colisão, mudanças na localização do tanque, flamabilidade de materiais e revestimentos.
O uso obrigatório do extintor em automóveis é mais comum na América do Sul. Nos Estados Unidos e na maioria das nações europeias não existe a exigência, pois as autoridades consideram que a falta de treinamento e despreparo dos motoristas para o manuseio do extintor geram mais risco de danos à pessoa do que o próprio incêndio. “Em testes de colisões realizados na Europa e acompanhados por técnicos do Denatran, ficou comprovado que tanto o extintor como o seu suporte provocam fraturas nos passageiros e condutores”, explicou Angerami.




Fonte: Correio do Povo, página 15 de 18 de setembro de 2015. 

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