Contran decidiu que veículos de
passeio não precisam mais ter equipamento
O uso do extintor de incêndio em
automóveis passa a ser optativo no Brasil. Essa decisão foi tomada
por unanimidade pelos membros do Conselho Nacional de Trânsito
(Contran) durante reunião, ontem. A mudança na legislação ocorre
após 90 dias de avaliação técnica e consulta aos setores
envolvidos e torna facultativo o uso, também em utilitários,
camionetas, caminhonetes e triciclos de cabine fechada.
O equipamento será obrigatório aos
veículos utilizados comercialmente para transporte de passageiros,
caminhões, caminhão-trator, micro-ônibus, ônibus e destinados ao
transporte de produtos inflamáveis, líquidos e gasosos. A
obrigatoriedade foi estabelecida em 1968 e passou a vigorar em 1970.
O presidente do Contran e diretor do
Departamento de Trânsito (Denatran), Alberto Angedami, explicou que
a prorrogação da data de obrigatoriedade do extintor ABC para 1º
de outubro teve como objetivo dar tempo para reuniões com
representantes dos fabricantes de extintores, Corpo de Bombeiros e da
indústria automobilística.
Dos fabricantes, o Denatran ouviu que
era necessário um prazo maior, de três a quatro anos, para atender
à demanda. Porém, segundo Angerami, essa justificativa estava sendo
dada pelas indústrias havia 11 anos.
A Associação Brasileira de
Engenharia Automotiva informou que, dos 2 milhões de sinistros em
veículos cobertos por seguros, 800 tiveram incêndio como causa.
Desse total, apenas 24 informaram que usaram o extintor, equivalente
a 3%.
Estudos e pesquisas do Denatran
constataram que as inovações tecnológicas introduzidas nos
veículos resultaram em maior segurança contra incêndio. Entre as
quais, o corte automático de combustível em caso de colisão,
mudanças na localização do tanque, flamabilidade de materiais e
revestimentos.
O uso obrigatório do extintor em
automóveis é mais comum na América do Sul. Nos Estados Unidos e na
maioria das nações europeias não existe a exigência, pois as
autoridades consideram que a falta de treinamento e despreparo dos
motoristas para o manuseio do extintor geram mais risco de danos à
pessoa do que o próprio incêndio. “Em testes de colisões
realizados na Europa e acompanhados por técnicos do Denatran, ficou
comprovado que tanto o extintor como o seu suporte provocam fraturas
nos passageiros e condutores”, explicou Angerami.
Fonte: Correio do Povo, página 15 de
18 de setembro de 2015.
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