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sábado, 26 de setembro de 2015

Ufania em ser gaúcho?, por Thiago Roberto Sarmento Leite

A metade Sul do solo gaúcho é Pampa, a Norte é Serra Geral, e em ambas: níveis de beleza insuperáveis. Territorialmente, o Rio Grande do Sul – para alguns – tem forma de lança e – para outros – contorno de um Brasil em menor escala, mas- para todos – semelhança a um coração acolhedor...

Na real, ser gaúcho é ser fadado e compromissado com o trabalho, a lealdade e a tradição. A sina do gaúcho é pelear, eis que – historicamente – forjado nas lutas travadas a afirmar e dimensionar o continente nacional. O sangue (de portugueses e espanhóis) que - “a ferro e fogo” - tingiram as planícies, também resultou em unir corpos e mentes, gerando, após, pela mescla de índios guaranis, negros africanos e colonos europeus (alemães e italianos), um povo diversificado nos físicos e com peculiaridades de modos: autêntico no ser e no agir de forma varonil e cordial; que se expressa em singular “gauchês”; que “dá um boi para não entrar em briga e uma boiada para não sair”, que tem hino e possui bandeira da “Nação Farroupilha”. História, enfim, exemplarmente esparramada ao “Tempo e ao Vento” rincões afora...

De conseguinte, ao ensejo do propiciado pelas recentes e estimulantes celebrações da Semana Farroupilha, há que se buscar enfrentar as vicissitudes. Imperiosa, pois, a revitalização do élan: timbre dos gaúchos de fibras. A fim de que, de forma forte, sejam alcançadas mudanças positivas e o restabelecimento do ordenamento, tanto do Estado quando da Nação. Aí, o desafio da hora!

Porquanto o Estado, em particular, e o país, em geral, estão a padecer (por tudo o quando que constatável nos âmbitos sócio, político, moral, econômico, financeiro, etc.) um momento extraordinariamente, senão tenebroso. Imprescindível – na prática – para superar a “crise” atual criar novas políticas públicas e adotar paradigma de justiça social. Crescer, portanto, no sentido mais amplo para – sim, fidedignamente – haver ufania em ser gaúcho e para que o Rio Grande supere as adversidades e se torne – como sempre desejado – esteio do progresso do Brasil!

Advogado, sociólogo e professor universitário

Fonte: Correio do Povo, página 2, edição de 26 de setembro de 2015.

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