domingo, 13 de setembro de 2015

O 11 de setembro e o terror, por Jurandir Soares

Nesta sexta-feira foram assinalados os 14 anos do ataque terrorista que destruiu as Torres Gêmeas em Nova Iorque, assim como uma parte do Pentágono. Ataque este que utilizou aviões de carreira, provocando a morte de cerca de 3 mil pessoas e criando um novo tipo de ação terrorista.
O terror sempre teve uma característica especial: poder atacar em qualquer lugar e qualquer momento. Isto representava um grande diferencial nas suas ações, pois a surpresa é o seu ponto básico. A partir dos anos 1990, o terror ganhou maior impulso ao usar agentes suicidas. Até então, carros-bomba eram deixados em pontos estratégicos e explodiam por controle remoto. Depois, esses veículos passaram a ser conduzidos até seus objetivos por motoristas, que se explodem junto com as vítimas.
Sob a bandeira do islã, o terror se espalhou pelo mundo. Sua mais contundente ação foi no dia 11 de Setembro de 2001. Ali ficou muito claro este novo tipo de ação, ou seja, aquela que envolve o agente que está consciente de que vai morrer com o ato que está praticando. E por não haver a preocupação de praticar um atentado e escapar com a vida passou a dar uma dimensão muito mais ampla para o fato, com a característica de ser incontrolável.
Hoje, o terrorismo para fora de controle. O terror que é espalhado pelo Estado Islâmico já conseguiu estabelecer-se em áreas territoriais da Síria e do Iraque, criando o seu califado. Passou a matar quem não seguisse os rígidos ditames da Sharia, a lei muçulmana, e a destruir patrimônios que a humanidade construiu ao longo de séculos e até de milênios. Mas isso não pode ficar assim. Combatê-los é o maior desafio que se apresenta para a democracia. No entanto, a democracia precisa saber como lidar com esse inimigo. O combate ao terror não pode encobrir interesses escusos, como os do governo Bush ao atacar o Iraque. Precisa de uma ação internacional integrada, que passe pela cooperação dos próprios países árabes. Afinal, eles estão ali em situação análoga de quem agasalhou o ovo da serpente. O mesmo fanatismo que levou ao 11 de Setembro e que tem de fundo a bandeira do Islã ameaça muitos governo árabes que usam a mesma bandeira. Daí a importância da cooperação regional.






Fonte: Correio do Povo, página 6 de 13 de setembro de 2015.

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