Nesta
sexta-feira foram assinalados os 14 anos do ataque terrorista que
destruiu as Torres Gêmeas em Nova Iorque, assim como uma parte do
Pentágono. Ataque este que utilizou aviões de carreira, provocando
a morte de cerca de 3 mil pessoas e criando um novo tipo de ação
terrorista.
O terror sempre teve uma
característica especial: poder atacar em qualquer lugar e qualquer
momento. Isto representava um grande diferencial nas suas ações,
pois a surpresa é o seu ponto básico. A partir dos anos 1990, o
terror ganhou maior impulso ao usar agentes suicidas. Até então,
carros-bomba eram deixados em pontos estratégicos e explodiam por
controle remoto. Depois, esses veículos passaram a ser conduzidos
até seus objetivos por motoristas, que se explodem junto com as
vítimas.
Sob a bandeira do islã, o terror se
espalhou pelo mundo. Sua mais contundente ação foi no dia 11 de
Setembro de 2001. Ali ficou muito claro este novo tipo de ação, ou
seja, aquela que envolve o agente que está consciente de que vai
morrer com o ato que está praticando. E por não haver a preocupação
de praticar um atentado e escapar com a vida passou a dar uma
dimensão muito mais ampla para o fato, com a característica de ser
incontrolável.
Hoje, o terrorismo para fora de
controle. O terror que é espalhado pelo Estado Islâmico já
conseguiu estabelecer-se em áreas territoriais da Síria e do
Iraque, criando o seu califado. Passou a matar quem não seguisse os
rígidos ditames da Sharia, a lei muçulmana, e a destruir
patrimônios que a humanidade construiu ao longo de séculos e até
de milênios. Mas isso não pode ficar assim. Combatê-los é o maior
desafio que se apresenta para a democracia. No entanto, a democracia
precisa saber como lidar com esse inimigo. O combate ao terror não
pode encobrir interesses escusos, como os do governo Bush ao atacar o
Iraque. Precisa de uma ação internacional integrada, que passe pela
cooperação dos próprios países árabes. Afinal, eles estão ali
em situação análoga de quem agasalhou o ovo da serpente. O mesmo
fanatismo que levou ao 11 de Setembro e que tem de fundo a bandeira
do Islã ameaça muitos governo árabes que usam a mesma bandeira.
Daí a importância da cooperação regional.
Fonte: Correio do Povo, página 6 de
13 de setembro de 2015.
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