segunda-feira, 21 de setembro de 2015

Novos objetivos para lutas antigas, por Jorge Amaro de Souza Borges

Hoje é o Dia Nacional de Luta da Pessoa com Deficiência. As datas são símbolos os quais utilizamos para construir conceitos e estabelecer normas morais na sociedade. Servem para educar, informar e, sobretudo, reforçar utopias necessárias. Esta, especialmente, nos ajuda a lembrar as possibilidades das pessoas e as deficiências da sociedade, assim como os impedimentos que as barreiras acarretam em suas vidas.
O cenário atual em que se encontra este grupo social nos apresenta questões altamente complexas e, fundamentalmente, necessárias. Após o sexto ano da ratificação da Convenção dos Direitos da Pessoa com Deficiência, recebemos do Comitê da ONU que monitora o documento um conjunto de 65 recomendações que nos indicam medidas para que avancemos na direção de uma sociedade inclusiva na perspectiva dos direitos humanos. O que faremos com esses apontamentos? Minha sugestão seria olhar com humildade e serenidade, fortalecer os acertos, aceitar os equívocos e construir novos caminhos.
Já realizamos três conferências nacionais com mais de 700 propostas de milhares de militantes da causa de todo o país, tendo como uma de suas grandes conquistas a recém-aprovada Lei Brasileira da Inclusão, cujo principal elemento foi o protagonismo e a participação, garantindo assim novos direitos, além do fortalecimento dos já existentes.
Ao mesmo tempo, globalmente, este ano encerram-se os Objetivos do Desenvolvimento do Milênio que serão substituídos por um novo conjunto de desafios orientadores ao planeta. E já neste debate valiosas conquistas expressadas na proposta inicial que colocam o tema deficiência como central na agenda de desenvolvimento pós-2015.
Por tudo isso, dentre as demandas, aquela que seria mais evidente é a construção de uma arquitetura, na qual a política da pessoa com deficiência tenha uma organização capaz de estar universalizada em todo o território nacional e compreendida plenamente por aqueles que mais precisam. E essa questão passa pela ampliação e fortalecimento de conselhos de direitos da pessoa com deficiência nos municípios como instrumentos de emancipação e promoção da cidadania. Vamos ajudar a criar esses conselhos? Que seja este o principal objetivo de gestores, sociedade civil e demais setores da sociedade. Vamos fazer juntos?


Servidor da Faders


Fonte: Correio do Povo, página 2 da edição de 21 de setembro de 2015.


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