Cláudio
Isaías e Luís Tósca
A
cada ano, o trânsito brasileiro mata quase tanto quanto a Guerra d
Vietnã. Uma das principais causas, segundo especialistas da área, é
a imprudência. Conforme o Datasus, em 2014 morreram 70.994 pessoas
em acidentes automobilísticos em todo o Brasil. Do total, mais de 35
mil óbitos foram devido a colisões. Isso representa um média de
194 mortes por dia no país. O número se iguala ou até mesmo supera
alguns acidentes aéreos no Brasil e no exterior.
Conforme
o Observatório Nacional de Segurança Viária (ONSV), as causas mais
comuns de acidentes de trânsito são o excesso de velocidade, o uso
do celular ao volante, ingestão de bebida alcoólica e sonolência.
Conforme o diretor-presidente da organização, José Aurélio
Ramalho, as falhas humanas respondem por 90% dos desastres. “A
formação do condutor é falha no país”, destacou ele. Conforme o
dirigente, durante a Semana Nacional de Trânsito, em Brasília, será
apresentado um estudo para qualificação de motoristas feito a
partir da análise de casos.
A
presidente da fundação Thiago de Moraes Gonzaga, Diza Gonzaga,
considera que as principais causas de acidentes de trânsito no país
são as mesmas enumeradas pelo diretor-presidente da ONSV,
acrescentando ainda a impunidade do infrator. Ela destacou que o
Brasil está entre os três países com o trânsito mais violento do
mundo, perdendo apenas para a Rússia e os Estados Unidos. “Nós
somos um país que detém um recorde negativo em mortes no trânsito”,
lamentou. A idealizadora do Programa Vida Urgente, destacou que as
punições ao motorista infrator deveriam ser proporcionais à
gravidade do erro. Diza considera que a verba das multas deveria
reverter para um programa no trânsito. “O cidadão se sente
desamparado com a ineficiência do poder público”, finalizou.
Velocidade
gera muitas multas
Levantamento
do Departamento Estadual de Trânsito (Detran/RS) mostra que, nos
primeiros cinco meses de 2015, os patrulheiros rodoviários multaram
810.354 motoristas por excesso de velocidade. Nas estradas, os
motoristas não respeitaram o limite de 110 km/h previsto pelo Código
de Trânsito Brasileiro (CTB) para carros leves e de 90 km/h para
veículos pesados. Em Porto Alegre, os condutores multados circulavam
acima dos 60 km/h (limite de velocidade na maioria das ruas da
Capital).
A
segunda infração mais cometida, com 81.994 multas é conduzir o
veículo sem itens de identificação (lacre, inscrição do chassi
ou placa). O estudo do Detran mostra ainda que 80.935 motoristas
foram multados por estacionar o automóvel em esquinas e a menos de
cinco metros da borda de alinhamento da via.
Em
Porto Alegre, a ocorrência mais flagrada pelos agentes da EPTC é o
excesso de velocidade, seguido pelo estacionamento em local proibido
e o uso do telefone celular ao volante. Ainda há multas pelo avanço
do sinal vermelho e a falta do uso de cinto de segurança.
Fonte:
Correio do Povo, página 13 de 2 de agosto de 2015.
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