sábado, 8 de agosto de 2015

Parcelamento de salários: servidores reagem à nota do Piratini

Entidades de funcionários estaduais farão reunião de emergência diante da falta de informações sobre a folha de pagamento

Nota divulgada na tarde de ontem pelo governo do Estado informando que somente na amanhã de sexta-feira o governador José Ivo Sartori (PMDB) irá anunciar como serão pagos os salários do mês de julho desencadeou imediatamente reação dos servidores públicos estaduais. O texto foi publicado no perfil da Secretaria da Fazenda na rede social Twitter e mantém a incerteza sobre o pagamento dos salários de julho do funcionalismo.
Descontentes, líderes de entidades representativas dos servidores iniciaram mobilizações e contatos telefônicos que culminarão em reunião de emergência marcada para ocorrer hoje, a partir das 16 horas, na sede do Cpers, em Porto Alegre. “A reunião de emergência vai definir postura comum das 40 entidades que estão mobilizadas. O governo nos chama para a briga e a responsabilidade do que acontecerá é toda do governador”, declarou o presidente da Fessergs, Sérgio Arnoud.
O clima de intranquilidade e descontentamento atingiu também os servidores da Segurança Pública do RS. Delegados de Polícia e oficiais da Brigada Militar, todos graduados e próximos à cúpula das corporações, definiram que agirão em conjunto sobre pautas comuns às categorias. “O governo não está percebendo que vai perder o controle da segurança pública, se mantiver esse clima de terror e apreensão sobre quem comanda a segurança no Estado”, descreve o presidente da Associação dos Delegados de Polícia, delegado Vilson Müller. Na avaliação do presidente da Associação dos Oficiais da BM, coronel Marcelo Frota, a principal falha da administração é a ausência de comunicação. “A falta de informação e o insistente ataque aos servidores pela ameaça aos salários representam algo ainda mais grave que as falhas estruturais”, desabafou.
Em sua nota, o governo diz que não haverá posicionamento antes de sexta-feira, dia 31, e vincula a decisão à “(...) necessidade de monitorar o comportamento da arrecadação até o prazo limite para a definição sobre o pagamento da folha salarial”.
No final da tarde, delegados e oficiais da BM também publicaram nota dizendo que terão a primeira assembleia-geral conjunta na história das categorias. “Estamos descontentes e alertamos sobre os prejuízos desse modelo de política pública”, adverte a vice-presidente da Asdep, delegada Nadine Anflor.
Ontem nem o secretário da Fazenda, Giovani Feltes, nem o chefe da Casa Civil, Márcio Biolchi, responderam ao pedido de entrevistas. O líder do governo, deputado Alexandre Postal (PMDB), afirmou que a Fazenda não dispõe de recursos para o “pagamento integral” e disse que resta à Fazenda “planejar” como saldar o compromisso.


Fonte: Correio do Povo, página 4 de 29 de julho de 2015.

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