sábado, 8 de agosto de 2015

MPF quer condenação de Cerveró e mais três

Força-tarefa pode que grupo pague R$ 156,35 milhões por dano à Petrobras

O Ministério Público Federal pediu a condenação do ex-diretor da Petrobras Nestor Cerveró (Internacional) e do operador de propinas do PMDB na estatal Fernando Antônio Falcão Soares, o Fernando Baiano, pelos crimes de corrupção (duas vezes) e lavagem de dinheiro( 64 operações). Foi requerida, ainda, a condenação de dois delatores da Operação Lava Jato, o doleiro Alberto Youssef e o lobista Júlio Gerin Camargo, que denunciou ter sido pressionado pelo deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ), presidente da Câmara, suposto recebedor de 5 milhões de dólares em propinas.
Os procuradores sustentam que a “vantagem indevida solicitada” por Cerveró, Baiano e Júlio Camargo alcança R$ 140,4 milhões – equivalente a US$ 53 milhões pela taxa de câmbio de R$ 2,65, nos termos da denúncia. A força-tarefa quer a condenação do grupo ao pagamento de R$ 156, 35 milhões correspondente à soma de estimativa de dano material e moral à Petrobras e à administração pública – decorrente do pagamento da propina – e ao sistema econômico e financeiro e à Justiça, “violados pela lavagem de dinheiro e evasão de divisas”.
Cerveró e Baiano, apontados como elos do PMDB no esquema de corrupção na Petrobras, são acusados pela cobrança e recebimento de 40 milhões de dólares no âmbito de dois contratos assinados em 2006 e 2007 pela coreana Samsung Hearvey Industries em parceria com a japonesa Mtsui & Co., para entrega de dois navios-sonda, Petrobras 1000000 e Vitória 10000 – equipamentos para exploração de petróleo em águas profundas.
Do total de propina exigida, 30 milhões de dólares teriam sido efetivamente pagos. Os outros US$ 10 milhões desviados, segundo Júlio Camargo, foram “exigidos” pelo presidente da Câmara dos Deputados, em 2011. O delator disse que Eduardo Cunha se dizia “merecedor de 5 milhões de dólares”.


Fonte: Correio do Povo, página 4 de 24 de julho de 2015.

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