domingo, 9 de agosto de 2015

Meta fiscal vai a 0,15% do PIB

Corte adicional no Orçamento será de R$ 8,6 bi

Brasília – O governo federal anunciou ontem que fará um corte adicional de R$ 8,6 bilhões no Orçamento de 2015. Também confirmou que vai propor ao Congresso uma redução da meta de superávit primário, a economia feita pelo governo para o pagamento dos juros da dívida, de 1,1% do Produto Interno Bruto (R$ 66,3 bilhões) para 0,15% (R$ 8,7 bilhões), uma queda de 86,73%.
O anúncio foi feito pelo ministro da Fazenda, Joaquim Levy, que estava acompanhado do ministro de Planejamento, Nelson Barbosa, a quem caberá articular junto ao Congresso a redução da meta fiscal. Levy resistiu inicialmente à ideia de reduzir a meta por temer que enviaria o sinal errado aos mercados com o ajuste fiscal. Ontem, ele assegurou que a redução não é uma indicação de que o governo vai afrouxar o ajuste. A decisão pela contração da meta foi tomada na terça-feira à noite pela presidente Dilma Rousseff e retrata o quadro de dificuldades do governo para fechar as contas em 2015. Nos últimos dias, a própria presidente Dilma e seus assessores insistiam na sinalização de que a meta seria mantida.
A meta de R$ 66,3 bilhões foi fixada no final do ano passado. Desde sua reeleição em outubro, Dilma prometeu reequilibrar as contas públicas para evitar que o país perca o cobiçado grau de investimento. No entanto, a forte queda na arrecadação tributária causada pela desaceleração econômica acabou com as esperanças do governo de atingir sua meta original. A atual expectativa dos economistas semanalmente ouvidos pelo Banco Central na pesquisa Focus é de que o Produto Interno Bruto (PIB) encolha 1,7% neste ano e cresça apenas 0,33% em 2016.


Fonte: Correio do Povo, página 5 de 23 de julho de 2015.

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