sábado, 8 de agosto de 2015

Juros preocupantes

A elevação da taxa de juros básica da economia de 13,75% ao noa para 14,25%, a maior média histórica verificada desde julho de 2006, determinada pelo Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central na última quarta-feira, caiu como um verdadeiro balde de água fria sobre o ânimo do setor produtivo. Várias entidades e associações que representam setores da economia criticaram o reajuste e afirmaram que esse aumento na taxa de juros somente irá dificultar a tentativa do país de se aproximar novamente do caminho do crescimento.
De acordo com uma nota oficial emitida pela Confederação Nacional da Indústria (CNI), a medida terá como consequências a inibição nos investimentos, a diminuição no capital de giro das empresas e o recuo no nível de consumo das famílias brasileiras. Alternativamente, propõe a continuidade da austeridade fiscal e o incentivo à competitividade dos segmentos ligados à produção.
Sem dúvida, o caminho adotado pelo governo federal é o da contenção da inflação por meio de juros altos, uma vez que o consumo é diretamente atingido. Com o custo do dinheiro e do crédito mais caro, as pessoas irão comprar menos, o que, se é bom para manter os preços, não é nada bom para um país que precisa crescer e aumentar a oferta de bens e serviços. A curto prazo, é estreme de questionamento que o país estará mais propenso a uma retração da economia do que a uma expansão da sua produtividade, principalmente no varejo e na indústria.


Fonte: Correio do Povo, editorial da edição de 31 de julho de 2015, página 2.

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