Buenos
Aires – A inteligência artificial avança no terreno militar,
e um renomado especialista britânico explica por que é tão
importante proibir e legislar o quanto antes sobre esta matéria –
antes que a tecnologia caia nas mãos de terroristas. Toby Walsh,
professor de Inteligência Artificial da Universidade New South
Wales, da Austrália, explicou em um congresso em Buenos Aires
(Argentina) algumas chaves para entender os verdadeiros riscos destas
armas se desenvolverem com baixo custo.
Qual
é o risco oferecido pelas “armas ofensivas autônomas”, também
conhecidas como robôs assassinos? “Isso vai revolucionar a guerra.
Este é o terceiro tipo de revolução. A primeira foi quando
inventamos a arma de fogo, a segunda foi quando a bomba nuclear foi
criada e esta é a terceira revolução: isso vai mudar a forma como
pensamos a guerra, vai fazer a guerra muito mais eficiente, muito
mais letal e isso é algo que teremos que parar agora antes de termos
uma nova corrida armamentista”.
Que
diferença existe entre uma arma autônoma e um drone, por exemplo?
“Com a primeira não existe um ser humano envolvido no processo.
Com o drone ainda existe algum soldado em algum lugar, às vezes
manobrando um controle manual lá nos Estados Unidos que permite
controlar o aparato não tripulado, e portanto é quem tomara´a
decisão de matar alguém ou não”. Mas no caso dos 'robôs
assassinos', estamos falando que teremos um programa que toma
decisões”.
Como
se estabelecem as responsabilidades de um crime cometido por uma arma
autônoma? “Não teremos o marco legal: foi a pessoa que construiu
o robô autônomo? Foi a pessoa que traçou o programa de
funcionamento? Foi a pessoa que acionou a arma? Quem vai ser o
responsável? É preciso legislar sobre o tema o mais rápido
possível porque a tecnologia pode estar disponível dentro pouco
tempo, e é preciso tempo para estabelecer o marco legal. Temos que
tomar uma decisão hoje que dará forma a nosso futuro e determinar
se seguimos um caminho do bem. Apoiamos o chamado realizado por
diferentes organizações humanitárias para a proibição da
Organização das Nações Unidas (ONU) sobre armas autônomas
ofensivas, similar à recente proibição das armas a laser”.
Fonte:
Correio do Povo, página 6 de 2 de agosto de 2015.
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