sábado, 8 de agosto de 2015

Inteligência artificial fará revolução

Buenos Aires – A inteligência artificial avança no terreno militar, e um renomado especialista britânico explica por que é tão importante proibir e legislar o quanto antes sobre esta matéria – antes que a tecnologia caia nas mãos de terroristas. Toby Walsh, professor de Inteligência Artificial da Universidade New South Wales, da Austrália, explicou em um congresso em Buenos Aires (Argentina) algumas chaves para entender os verdadeiros riscos destas armas se desenvolverem com baixo custo.
Qual é o risco oferecido pelas “armas ofensivas autônomas”, também conhecidas como robôs assassinos? “Isso vai revolucionar a guerra. Este é o terceiro tipo de revolução. A primeira foi quando inventamos a arma de fogo, a segunda foi quando a bomba nuclear foi criada e esta é a terceira revolução: isso vai mudar a forma como pensamos a guerra, vai fazer a guerra muito mais eficiente, muito mais letal e isso é algo que teremos que parar agora antes de termos uma nova corrida armamentista”.
Que diferença existe entre uma arma autônoma e um drone, por exemplo? “Com a primeira não existe um ser humano envolvido no processo. Com o drone ainda existe algum soldado em algum lugar, às vezes manobrando um controle manual lá nos Estados Unidos que permite controlar o aparato não tripulado, e portanto é quem tomara´a decisão de matar alguém ou não”. Mas no caso dos 'robôs assassinos', estamos falando que teremos um programa que toma decisões”.
Como se estabelecem as responsabilidades de um crime cometido por uma arma autônoma? “Não teremos o marco legal: foi a pessoa que construiu o robô autônomo? Foi a pessoa que traçou o programa de funcionamento? Foi a pessoa que acionou a arma? Quem vai ser o responsável? É preciso legislar sobre o tema o mais rápido possível porque a tecnologia pode estar disponível dentro pouco tempo, e é preciso tempo para estabelecer o marco legal. Temos que tomar uma decisão hoje que dará forma a nosso futuro e determinar se seguimos um caminho do bem. Apoiamos o chamado realizado por diferentes organizações humanitárias para a proibição da Organização das Nações Unidas (ONU) sobre armas autônomas ofensivas, similar à recente proibição das armas a laser”.


Fonte: Correio do Povo, página 6 de 2 de agosto de 2015.

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