A discussão nasceu de uma medida anunciada pela Federação Brasileira de Bancos (FEBRABAN)
Um burburinho começa a crescer no mundo do e-commerce: o boleto eletrônico sem registro está com os dias contados?
A discussão nasceu de uma medida anunciada pela Federação Brasileira de Bancos (FEBRABAN), por meio do Comunicado 015/2015, que recomenda firmemente que os bancos deixem de ofertar esse tipo de cobrança aos novos contratos celebrados com clientes bancários emissores de cobrança.
O boleto sem registro é um dos mais usados meios de pagamento nas lojas virtuais brasileiras, por seu baixo custo, já que ele só gera encargos ao estabelecimento quando é pago.
Nessa modalidade, é o e-commerce que emite o boleto e o envia para o consumidor pagar. Não há registros no banco sobre o documento gerado, a instituição só toma conhecimento do boleto no momento em que ele for pago.
“Levando em conta que, atualmente, cerca de 40% dos boletos não são pagos, o uso desse meio de pagamento gera uma economia proporcional às vendas dentro do mercado eletrônico”, explica Roberto Calderón, diretor da Associação Brasileira de Agentes Digitais em São Paulo (ABRADi-SP) e especialista em e-commerce.
Mas, como ainda não existe uma regra do Banco Central nesse sentido e a medida anunciada é, por enquanto, apenas um “conselho” e não uma obrigação, os boletos sem registro podem continuar sendo emitidos.
Caso essa extinção ocorra no futuro, as empresas serão obrigadas a contratar o serviço de registro de boletos com um banco. Essa contratação tem um custo diferente em cada banco, mas geralmente varia entre 3,00 reais e 9,50 reais por boleto.
Soluções alternativas
Para os empreendedores que não querem aumentar suas despesas ou ter mais trabalho na sua relação com os bancos, a melhor solução é ampliar o leque de meios de pagamento.
“Os bancos nos direcionam aos cartões de créditos e débito por motivos operacionais. Mas, uma possibilidade é adotar a transferência bancária, que apesar de gerar um custo operacional muito maior, é uma boa saída para pequenos e médios empreendedores”,pondera Calderón.
Nesse sentido, contar com um intermediador de pagamento, como o PagSeguro, pode ser uma mão na roda, uma vez que ele oferece ao cliente diferentes opções de pagamento, inclusive boleto bancário e cartão de crédito, poupando o empreendedor dos entraves burocráticos.
“Usamos o PagSeguro em nossa loja virtual e a melhor parte é a tranquilidade que ele nos traz em relação às fraudes”, avalia Arthur Cayres, dono do e-commerce Loja do Turcão.
Ainda não se sabe muito bem o quanto a mudança irá impactar as lojas virtuais, mas uma coisa é certa: se os boletos sem registros realmente forem eliminados de vez, o empreendedor precisa estar preparado para absorver esses custos, sem repassá-los ao cliente. “O empresário terá a responsabilidade de ajustar as contas e, para isso, precisarão reduzir margens e cortar custos para fechar a contabilidade no fim do mês”, aconselha Calderón.
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