A
gestão de carreira e sucessão está passando por uma mudança
fundamental, impulsionada pela escassez de competências e por uma
nova geração de funcionários que valoriza mais a flexibilidade e
uma maior variedade de experiências de trabalho do que o tradicional
modelo de progressão linear de postos de trabalho. Por isso, se
antes a principal preocupação dos gestores de RH era o
fortalecimento do pipeline de lideranças, agora eles precisam
redefinir a gestão de carreira e sucessão. É a conclusão do
relatório sobre “Gestão de carreira e sucessão”, publicado
pelo Top Employers Institute. O estudo é baseado em uma pesquisa
global de boas práticas em Recursos Humanos feita com 600 empresas
em 96 países.
O
Brasil acompanha essa tendência: aqui, embora ainda prevaleçam os
planos de sucessão para posições críticas ao nível da gestão,
54% das empresas já os estenderam para posições em funções
especialistas. Posições críticas em nível de gestão e nível
executivo exibem os maiores percentuais: 85%, nos dois casos, aponta
o estudo.
Duas
mudanças estão forçando os gerentes de RH a repensar as
estratégias de gestão de carreira e sucessão: primeiro, a falta de
competências e a competição global pelos melhores talentos, além
do maior risco de se perder conhecimento crítico para negócios
devido ao envelhecimento da força de trabalho; segundo, uma nova
geração de trabalhadores que está buscando diversas experiências
de trabalho e flexibilidade, e que está assumindo uma maior
responsabilidade pela gestão de sua própria carreira, o que resulta
em menor lealdade com a empresa e menor interesse na escalada
tradicional, passo a passo, dos tradicionais planos de carreira. No
Brasil, as empresas avançaram significativamente em relação aos
formatos tradicionais de desenvolvimento de carreiras: 88% definiram
planos de carreira verticais, mesmo percentual das empresas, que
definiram planos de carreira horizontais, mas 77% já possuem planos
de carreira laterais.
Essas
mudanças estão fazendo com que a gestão de carreira e sucessão se
torne cada vez mais importante dentro do RH, uma vez que seu papel
evolui do antigo foco na garantia de uma sucessão de lideranças
tranquila para a retenção de pessoal no longo prazo. Para isso, os
Rhs brasileiros estão fazendo uso de diversas estratégias e
abordagens: 96% esperam que seus gerentes promovam ativamente o
desenvolvimento da carreira dos membros da equipe; 81% usam os
modelos e métodos padronizados para identificar high potentials;
695 dos perfis de trabalho e competências associadas são avaliados
periodicamente para garantir que continuem relevantes. “Uma das
principais conclusões do nosso estudo é que, para os gestores de
RH, não é mais possível se apegar apenas aos melhores desempenhos,
aplicando o conjunto tradicional de incentivos. Faz-se necessária
uma abordagem mais ampla para o desenvolvimento do funcionário, com
maior consciência das necessidades que mudaram e dos valores da
geração mais jovem de trabalhadores. Os gerentes de RH têm que
deixar de ser caçadores de talento para se tornarem produtores de
talento”, afirmou David Plink, CEO do Top Employers Institute.
Para
desenvolver seus trabalhadores, as empresas brasileiras fazem uso de
diversos programas para apoiar os funcionários em seus planos de
carreira: 96% - programa de formação: 77% -
destacamento/transferência temporária (para uma organização
diferente ou uma parte diferente da organização): 77% - coaching,
69% - mentoring, 65% - mobilidade internacional; e 65% -
programas de rotatividade.
Fonte:
Correio do Povo, caderno Plano de Carreira, página 11 de 18 de
agosto de 2015.
Nenhum comentário:
Postar um comentário