São
Paulo – O ministro da Fazenda, Joaquim Levy, citou dois fatores
ao explicar as razões que levaram o governo a rever, na semana
passada, a meta de superávit primário: a recessão e a queda da
arrecadação. Para o economistas Mansueto Almeida, especialista em
contas públicas, faltou um terceiro item: contas externas.
No
primeiro semestre, o governo arcou com despesas adicionais de R$ 21
bilhões para manter a máquina pública e suas obrigações. Algumas
das despesas que surpreenderam cobrem “pedaladas fiscais”
(subterfúgios para fechar as contas). A despesa de exercícios
anteriores, por exemplo, teve alta de R$ 4,4 bilhões. O maior extra
veio de uma despesa nova: a compensação que o Tesouro Nacional faz
ao INSS, por causa de perdas geradas pela desoneração da folha de
pagamento. Somaram R$ 4,6 bilhões.
Como
está mais difícil cortar, Mansueto vislumbra um cenário
desalentador. “Fazer o (resultado) fiscal hoje é mais desafiador
do que há seis meses”, diz. Hoje o ajuste depende de receitas
extraordinárias, que precisam vir de privatizações e concessões.
Fonte:
Correio do Povo, página 6 de 27 de julho de 2015.
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