sábado, 8 de agosto de 2015

Esqueletos fiscais de R$ 21 bi

São Paulo – O ministro da Fazenda, Joaquim Levy, citou dois fatores ao explicar as razões que levaram o governo a rever, na semana passada, a meta de superávit primário: a recessão e a queda da arrecadação. Para o economistas Mansueto Almeida, especialista em contas públicas, faltou um terceiro item: contas externas.
No primeiro semestre, o governo arcou com despesas adicionais de R$ 21 bilhões para manter a máquina pública e suas obrigações. Algumas das despesas que surpreenderam cobrem “pedaladas fiscais” (subterfúgios para fechar as contas). A despesa de exercícios anteriores, por exemplo, teve alta de R$ 4,4 bilhões. O maior extra veio de uma despesa nova: a compensação que o Tesouro Nacional faz ao INSS, por causa de perdas geradas pela desoneração da folha de pagamento. Somaram R$ 4,6 bilhões.
Como está mais difícil cortar, Mansueto vislumbra um cenário desalentador. “Fazer o (resultado) fiscal hoje é mais desafiador do que há seis meses”, diz. Hoje o ajuste depende de receitas extraordinárias, que precisam vir de privatizações e concessões.


Fonte: Correio do Povo, página 6 de 27 de julho de 2015. 

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