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domingo, 2 de agosto de 2015

Eduardo Campos: exemplo de gestão e coragem, por Beto Albuquerque

Em quase 30 anos de vida pública, pude conhecer todo o Brasil, ver de perto exemplos que deram certo e outros que fracassaram. Conheci grandes figuras públicas e combati outras tantas. Muitos do que combati seguem no poder, independentemente de quem comande o país. Ao combater essa velha prática política, encontrei um grande aliado, parceiro, amigo e líder: Eduardo Campos.
O ex-governador de Pernambuco dizia, em 2014, já na disputa pela Presidência da República, que é “fundamental que o Brasil tenha coragem de fazer novas escolhas. Não é só mudar um partido ou pessoa, mas as prioridades”. Ele tinha razão. Sua morte prematura não apaga seus ensinamentos, suas lições, seu exemplo. Eduardo morreu em 13 de agosto de 2014, aos 49 anos, jovem demais, de forma inesperada. Já era um dos mais importantes homens públicos do Brasil e carregava consigo a esperança de milhões de brasileiros que sonhavam com um novo país.
O seu sonho continua vivo e cada vez maior, afinal, tudo o que ele disse no período pré-eleitoral e na campanha está acontecendo. Ele alertava os brasileiros que a redução do preço da energia elétrica teria um preço alto a ser pago, criticava publicamente a política econômica; denunciava a inflação controlada através de artifícios insustentáveis (como o preço da gasolina); combatia a velha prática de alianças políticas alicerçadas não mais em ideais e em projetos de país, mas de poder. Eduardo sofreu com calúnias e mentiras. Hoje, todos reconhecessem que ele apenas dizia a verdade com coragem, quando poucos ousariam fazê-lo.
Além do exemplo concreto de gestão eficiente em Pernambuco, Campos nos deixa um legado. Com governador, ele criou um modelo ousado. Resultado: redução de 39% dos homicídios em PE e, em Recife, de quase 61%; redução de 47,5% da mortalidade infantil; aumento real de 394% da capacidade de investimento do governo do estado; crescimento de 16% do Ideb; queda na evasão escolar. Os dados mostram, ainda, algo muito maior: a recuperação da autoestima das pessoas que não tinham esperança, graças a um governante que as entendia e respeitava. A perda prematura de Eduardo nos tirou um grande líder, mas mostrou que é possível mudar o Brasil para melhor. Não vamos desistir do Brasil!

Vice-presidente nacional do PSB e presidente do PSB/RS

Fonte: Correio do Povo, página 2 de 13 de agosto de 2015.


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