Em
quase 30 anos de vida pública, pude conhecer todo o Brasil, ver de
perto exemplos que deram certo e outros que fracassaram. Conheci
grandes figuras públicas e combati outras tantas. Muitos do que
combati seguem no poder, independentemente de quem comande o país.
Ao combater essa velha prática política, encontrei um grande
aliado, parceiro, amigo e líder: Eduardo Campos.
O
ex-governador de Pernambuco dizia, em 2014, já na disputa pela
Presidência da República, que é “fundamental que o Brasil tenha
coragem de fazer novas escolhas. Não é só mudar um partido ou
pessoa, mas as prioridades”. Ele tinha razão. Sua morte prematura
não apaga seus ensinamentos, suas lições, seu exemplo. Eduardo
morreu em 13 de agosto de 2014, aos 49 anos, jovem demais, de forma
inesperada. Já era um dos mais importantes homens públicos do
Brasil e carregava consigo a esperança de milhões de brasileiros
que sonhavam com um novo país.
O
seu sonho continua vivo e cada vez maior, afinal, tudo o que ele
disse no período pré-eleitoral e na campanha está acontecendo. Ele
alertava os brasileiros que a redução do preço da energia elétrica
teria um preço alto a ser pago, criticava publicamente a política
econômica; denunciava a inflação controlada através de artifícios
insustentáveis (como o preço da gasolina); combatia a velha prática
de alianças políticas alicerçadas não mais em ideais e em
projetos de país, mas de poder. Eduardo sofreu com calúnias e
mentiras. Hoje, todos reconhecessem que ele apenas dizia a verdade
com coragem, quando poucos ousariam fazê-lo.
Além
do exemplo concreto de gestão eficiente em Pernambuco, Campos nos
deixa um legado. Com governador, ele criou um modelo ousado.
Resultado: redução de 39% dos homicídios em PE e, em Recife, de
quase 61%; redução de 47,5% da mortalidade infantil; aumento real
de 394% da capacidade de investimento do governo do estado;
crescimento de 16% do Ideb; queda na evasão escolar. Os dados
mostram, ainda, algo muito maior: a recuperação da autoestima das
pessoas que não tinham esperança, graças a um governante que as
entendia e respeitava. A perda prematura de Eduardo nos tirou um
grande líder, mas mostrou que é possível mudar o Brasil para
melhor. Não vamos desistir do Brasil!
Vice-presidente
nacional do PSB e presidente do PSB/RS
Fonte:
Correio do Povo, página 2 de 13 de agosto de 2015.
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